Breakfast

“Segunda mão” agora tem vez

Também no Breakfast: depois de sucessivos recordes, mercados zeram os contadores e operam em queda; Petz prepara oferta subsequente de ações de R$ 1 bi e o que as disputas do Nubank contra os bancos ensinam sobre concorrência no Brasil?

10 de Novembro, 2021 | 06:56 AM
Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 10 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Antes da pandemia, um carro novo quase sempre perdia valor no momento em que saía da concessionária. Essa obviedade da economia clássica não se sustenta mais.

O comprador de um Volkswagen Golf na Irlanda, por exemplo, poderia vender o modelo por um preço 15% maior, em média, em relação ao valor de um ano atrás - e isso com 20 mil quilômetros extras. O mercado passa por um “período verdadeiramente único”, de acordo com Tom Gillespie, economista que analisou os números da DoneDeal, o maior marketplace de classificados da Irlanda.

Economia da segunda mão ganha escala com gargalos logísticos (Angus Mordant/Bloomberg)
  • Os preços na Irlanda são particularmente altos porque o Brexit interferiu no fluxo regular de carros usados do Reino Unido, e há poucas alternativas para veículos com volante à direita na Europa. Mas a tendência pode ser vista em outros lugares diante da escassez e atrasos para muitos produtos novos: a economia de segunda mão tem se tornado predominante e não é mais apenas para os que gastam com moderação.
  • Neste ano, o mercado de varejo online de produtos usados deverá superar US$ 65 bilhões, um recorde para o setor, de acordo com pesquisa da Mercari, um site de comércio eletrônico. O relatório da Mercari mostrou que três em cada quatro pessoas entrevistadas disseram que provavelmente comprariam pelo menos um item de segunda mão na temporada de festas.
  • Na Miss Pixie’s Furnishings and Whatnot em Washington, as vendas aumentaram 30% nas últimas semanas - um aumento antes do período típico da demanda de Natal na loja de utensílios domésticos vintage.
  • “Muitas pessoas dizem: ‘Não sei se o que eu queria comprar para alguém vai chegar a tempo’”, disse Pixie Windsor, proprietária da loja há 25 anos. Ela observa maior demanda não apenas para presentes como copos para coquetéis, decantadores e obras de arte, mas também para mesas e cadeiras que seriam usadas para as festas de fim de ano.

Na trilha dos Mercados

Todas as atenções estarão voltadas à inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que deve evidenciar algo do impacto dos gargalos nas cadeias de abastecimento e o aumento dos preços de energia.

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A estimativa geral é de que alcance 5,9% em outubro, contra 5,4% na medição anterior. Ainda que um número maior de analistas tenha aceito o argumento corrente dos bancos centrais, de que o repique inflacionário é pontual e transitório, um indicador mais elevado pode reacender o sinal de alerta. A Alemanha também divulga seu IPC de outubro.

As bolsas europeias abriram em queda e logo passaram o oscilar sem rumo definido. Os futuros de índices em Nova York também trilhavam um caminho errático, predominando o vermelho.

Um retrato dos principais mercados na manhã de hoje

A inflação bate à porta

Na Ásia, nesta madrugada a China publicou o seu Índice de Preços ao Produtor referente a outubro, cuja taxa de expansão interanual se situou em 13,5%, o mais elevado nível desde 1995 e acima do consenso de 12,3% dos economistas. As cifras anuais do IPC chinês, por sua vez, subiram no maior ritmo anual em 13 meses, para 1,5%, frente a um consenso de +1,4% e a uma taxa de +0,7% no mês anterior.

E o petróleo no centro das atenções

O petróleo retomou ontem sua trajetória de alta, reagindo à notícia de que os Estados Unidos optaram por não liberar de forma imediata barris de petróleo cru de sua reserva estratégica. Além disso, um relatório da indústria mostrou um declínio nos estoques dos EUA, levando o mercado financeiros a garantir suas compras. Ontem, o barril tipo WTI fechou com 2,7% de alta e o Brent subiu 1,62%. Há instantes, os futuros de petróleo devolviam parte dos ganhos.

Zerando os contadores

Ontem, depois de uma inércia de alta que parecia imparável e de sucessivos recordes de pontuação, os mercados de renda variável na Europa e nos EUA finalmente decidiram pisar no freio. Em NY, os principais índices fecharam em queda: S&P 500 (-0,35%), Dow (-0,31%) e Nasdaq (-0,60%). O europeu Stoxx 600 terminou com 0,19% de baixa.

No radar

No Brasil:

  • IPCA (9h de Brasília) e Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30)
  • No exterior:
  • China PPI
  • Estoques do atacado nos EUA (12h), IPC de outubro, pedidos iniciais de desemprego (10h30)
  • China IPC e IPP de outubro
  • IPP de outubro no Japão
  • O Comitê Central do Partido Comunista da China dá sequência a reunião que se estende até amanhã
  • Balanços do dia: Disney, Allianz, Adidas, Credit Agricole, EDF
  • O mercado de títulos da dívida dos EUA fecha amanhã pelo Dia dos Veteranos

Destaques da Bloomberg Línea

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Opinião Bloomberg

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Se Bolsonaro não aceitar resultado das eleições no próximo ano, revoltas podem ser mais sérias do que imaginamos (Andressa Anholete/Bloomberg)

Pra não ficar de fora

A série de sucesso “Round 6″ da Netflix vai voltar para mais uma temporada, disse o criador, escritor e diretor, Hwang Dong-hyuk, em uma entrevista à Associated Press publicada nesta terça-feira (9).

Hwang já havia sugerido que o programa - sobre pessoas endividadas competindo por dinheiro em um jogo mortal - teria mais uma temporada, mas não tinha confirmado a informação. Ele contou que ainda está planejando a segunda temporada.