Rolls-Royce levanta US$ 617 milhões para produzir pequenos reatores nucleares

Reino Unido apoia geração de energia nuclear como uma alternativa de energias renováveis e eliminação de combustíveis fósseis de sua matriz

Por

Bloomberg — A Rolls-Royce levantou 455 milhões de libras (US$ 617 milhões) para financiar o desenvolvimento de pequenos reatores nucleares modulares, com quase metade do financiamento vindo do governo do Reino Unido.

A Grã-Bretanha comprometeu 210 milhões de libras para o projeto, garantidos por financiamento do setor privado de 245 milhões de libras, de acordo com declarações. Isso permitirá que o fabricante de motores de jatos dê o próximo passo para a obtenção da aprovação do projeto dos reatores e faça a identificação dos locais para a montagem das usinas.

O Reino Unido está apoiando a geração de energia nuclear como a melhor alternativa para a geração intermitente de energias renováveis e a eliminação dos combustíveis fósseis das usinas de energia até 2035. O Tesouro vai alocar 1,7 bilhão de libras para viabilizar a decisão final de investimento em pelo menos um projeto nuclear de grande escala. É bem provável que sejam os reatores modulares menores Sizewell C, da Electricite de France, que seriam instalados em todo o país para atender a necessidades mais específicas.

A Rolls-Royce está investindo no plano já que seu principal negócio, o de fabricação de motores para as maiores aeronaves do mundo, enfrenta um futuro incerto em meio a um impulso global para superar os motores de aviões movidos a querosene.

Combustíveis Sintéticos

Além de fornecer energia para residências e indústrias, a Rolls-Royce afirma que os módulos podem ser usados para ajudar a fabricar os combustíveis sintéticos e o hidrogênio, que espera que sejam a base para a aviação nos próximos anos.

As ações tiveram alta de 3,6% nesta terça e fecharam negociadas 146,86 libras, levando os ganhos este ano para 32%.

Reatores modulares pequenos são potencialmente mais baratos e rápidos de construir do que as grandes estações convencionais, que têm sido usadas há décadas. As empresas lideradas pela Rolls-Royce estão trabalhando em 16 desses reatores até 2050.

Eles “trazem oportunidades promissoras para cortar custos, além de serem produzidos mais rapidamente”, disse o secretário de Negócios do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, em um comunicado. Desenvolvê-los também pode “posicionar nosso país como líder global em tecnologias nucleares inovadoras, que podemos potencialmente exportar para outros países”, contou.

A Rolls-Royce, a BNF Resources e a Exelon Generation vão investir 195 milhões de libras em três anos. A Rolls-Royce já havia comprometido 50 milhões de libras para a fase dois do projeto e diz que precisa de cerca de 2 bilhões de libras para concretizar seus planos.

“As discussões também continuarão com o governo do Reino Unido sobre a identificação dos modelos de entrega que permitirão o investimento de longo prazo nesta tecnologia vital, que viabiliza zerar as emissões de cabono”, disse a fabricante de motores.

- Com a colaboração de Christopher Jasper

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

É possível transformar emissões em alimento? A ciência diz que sim

Enviado dos EUA espera acordo sobre mercado de carbono em COP26