Facebook defende renomeação para Meta antes de audiência com denunciante

Nas últimas semanas, o nome Facebook estampou manchetes, seja pelas denúncias de uma ex-funcionária ou pela repaginação da empresa

Críticos afirmam que mudança serviu como cortina de fumaça para acusações contra empresa
Por Jillian Deutsch
09 de Novembro, 2021 | 10:29 AM

Bloomberg — A vice-presidente de políticas de conteúdo do Facebook reagiu a críticas de que a reformulação da marca de sua controladora para Meta Platforms foi uma distração para toda a atenção negativa.

Os comentários de Monika Bickert em entrevista com a Bloomberg precedem um novo depoimento da denunciante Frances Haugen no Parlamento Europeu na segunda-feira (8), no qual as autoridades elaboram novas regras rigorosas para controlar as plataformas de tecnologia.

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“Estamos trabalhando nisso há muito tempo, então, não, esta não é uma resposta aos acontecimentos recentes”, disse Bickert sobre o nome Meta.

O Facebook, agora uma subsidiária da Meta, está se recuperando de um escrutínio intensificado depois que Haugen compartilhou com jornalistas uma gama de documentos que sugeriam que a rede social prioriza o lucro sobre a moderação de conteúdo.

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O vazamento coincidiu com a repaginação do Facebook e seu anúncio para criar 10 mil novas vagas na União Europeia para ajudar a desenvolver um “metaverso” ao mesmo tempo em que cerca de 15 mil pessoas no mundo moderam todo o conteúdo publicado na plataforma de mídia social.

Críticos, incluindo Haugen e autoridades britânicas, afirmaram que a empresa deveria se concentrar na segurança de suas plataformas existentes antes de criar uma nova.

Esta é uma “falsa escolha”, disse Bickert. “Faremos as duas coisas”.

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Ela afirmou que a empresa apoia proporcionar aos usuários mais transparência e controle sobre os algoritmos que determinam o que eles veem “em geral”.

“Nos quase 10 anos que trabalhei aqui, vi propostas regulatórias aqui que superficialmente parecem ótimas”, disse. “Mas ao entrar em detalhes, você percebe que pode haver algumas consequências indesejadas”.

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A Lei de Mercados Digitais da UE visaria o comportamento anticompetitivo, ao passo que a Lei de Serviços Digitais estabelece a forma como as empresas manejam conteúdo ilegal e prejudicial. Ambas as propostas estão sendo debatidas em instituições da UE e devem entrar em vigor no próximo ano.

Espera-se que os parlamentares foquem suas perguntas para Haugen na Lei de Serviços Digitais e na possibilidade de sua proposta ser suficiente para lidar com algoritmos que a denunciante diz priorizar a desinformação e o discurso de ódio.

O comissário da UE para os mercados internos Thierry Breton afirmou que se encontrou com Haugen na segunda-feira (8) e, em comunicado, ecoou os sentimentos dos legisladores britânicos sobre a responsabilidade dos executivos.

“No final das contas, o CEO e o conselho são os responsáveis pelas ações da empresa”, disse. “A esfera digital não é exceção”.


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