Enviado dos EUA espera acordo sobre mercado de carbono em COP26

Conseguir um acordo sobre as regras para o comércio de créditos de carbono e compensações marcaria um ponto de inflexão na diplomacia climática

Kerry minimizou expectativas de uma grande nova declaração sobre a ambição climática em Glasgow
Por Jennifer A. Dlouhy
09 de Novembro, 2021 | 04:21 PM

Bloomberg — O enviado do clima dos Estados Unidos, John Kerry, acredita que as negociações da COP26 vão resultar em um acordo sobre as regras para o comércio de carbono, o que seria uma grande vitória depois de mais de seis anos de esforços fracassados.

“Acredito que sim”, disse em entrevista ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, em Glasgow. “Poderíamos terminar o livro de regras”, afirmou, acrescentando que está pronto para arriscar.

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Conseguir um acordo sobre as regras para o comércio de créditos de carbono e compensações marcaria um ponto de inflexão na diplomacia climática. O pacto deve trazer transparência e rigor contábil ao mercado de compensações e ajudar países e empresas a reduzirem as emissões. Mas as conversas até agora têm sido tensas e um conjunto complexo de regras técnicas ainda precisa ser resolvido.

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Kerry minimizou expectativas de uma grande nova declaração sobre a ambição climática em Glasgow, quando negociadores começam a redigir o texto que encerrará a cúpula nesta semana.

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“Se eu quiser lidar com a lista de desejos, claro, quero ver algo extra”, disse em evento da Bloomberg Green. “Mas temos que lidar com a realidade.”

Kerry também disse que negocia com a Rússia e a China para que esses países participem de um acordo para reduzir as emissões de metano. “Estamos trabalhando nisso”, disse, acrescentando que as negociações terminaram às 3h da madrugada.

Mais de 100 países assinaram para reduzir as emissões

O acordo sobre emissões de metano é uma das principais conquistas da cúpula até agora: mais de 105 países assinaram para reduzir as emissões em 30%. Ainda assim, não é vinculante, sendo um objetivo coletivo, e não individual. Kerry também rebateu críticas à China, dizendo que os planos do país mostram que “eles farão muito”.

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Quanto aos EUA, Kerry elogiou a meta do governo Biden de descarbonizar o setor de energia até 2035 e disse que o país não terá usinas movidas carvão até 2030.

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Agora as partes iniciam discussões detalhadas em Glasgow, e um tema emergente é como pressionar países a continuarem aperfeiçoando os planos climáticos e garantir que haja avanço na próxima década. Algumas nações não atualizam seus planos desde 2016.

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Kerry disse que seria uma “loucura” não monitorar o andamento dos planos a cada ano e gostaria que isso fosse refletido no texto final da cúpula, que termina em 12 de novembro.

“Precisamos medir a ambição”, disse. “Esta é uma longa jornada, e agora é realmente o teste para ver se podemos chegar lá.”

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