Bloomberg — O enviado do clima dos Estados Unidos, John Kerry, acredita que as negociações da COP26 vão resultar em um acordo sobre as regras para o comércio de carbono, o que seria uma grande vitória depois de mais de seis anos de esforços fracassados.
“Acredito que sim”, disse em entrevista ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, em Glasgow. “Poderíamos terminar o livro de regras”, afirmou, acrescentando que está pronto para arriscar.
Conseguir um acordo sobre as regras para o comércio de créditos de carbono e compensações marcaria um ponto de inflexão na diplomacia climática. O pacto deve trazer transparência e rigor contábil ao mercado de compensações e ajudar países e empresas a reduzirem as emissões. Mas as conversas até agora têm sido tensas e um conjunto complexo de regras técnicas ainda precisa ser resolvido.
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Kerry minimizou expectativas de uma grande nova declaração sobre a ambição climática em Glasgow, quando negociadores começam a redigir o texto que encerrará a cúpula nesta semana.
“Se eu quiser lidar com a lista de desejos, claro, quero ver algo extra”, disse em evento da Bloomberg Green. “Mas temos que lidar com a realidade.”
Kerry também disse que negocia com a Rússia e a China para que esses países participem de um acordo para reduzir as emissões de metano. “Estamos trabalhando nisso”, disse, acrescentando que as negociações terminaram às 3h da madrugada.
O acordo sobre emissões de metano é uma das principais conquistas da cúpula até agora: mais de 105 países assinaram para reduzir as emissões em 30%. Ainda assim, não é vinculante, sendo um objetivo coletivo, e não individual. Kerry também rebateu críticas à China, dizendo que os planos do país mostram que “eles farão muito”.
Quanto aos EUA, Kerry elogiou a meta do governo Biden de descarbonizar o setor de energia até 2035 e disse que o país não terá usinas movidas carvão até 2030.
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Agora as partes iniciam discussões detalhadas em Glasgow, e um tema emergente é como pressionar países a continuarem aperfeiçoando os planos climáticos e garantir que haja avanço na próxima década. Algumas nações não atualizam seus planos desde 2016.
Kerry disse que seria uma “loucura” não monitorar o andamento dos planos a cada ano e gostaria que isso fosse refletido no texto final da cúpula, que termina em 12 de novembro.
“Precisamos medir a ambição”, disse. “Esta é uma longa jornada, e agora é realmente o teste para ver se podemos chegar lá.”
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