Bayer escolhe brasileiro para liderar divisão agrícola

Rodrigo Santos, de 48 anos, entrou na Monsanto em 1999 e vai passar a trabalhar de St. Louis, no Missouri

Rodrigo Santos é um “especialista comprovado com mais de 25 anos de experiência no setor”, afirmou o CEO da Bayer, Werner Baumann
Por Tim Loh
09 de Novembro, 2021 | 01:52 PM

Bloomberg — A Bayer nomeou um veterano da Monsanto para liderar a divisão de agricultura e elevou a previsão de lucro com a ajuda dos preços mais altos de produtos agrícolas, que incluem o polêmico herbicida Roundup.

O relatório melhora as perspectivas para a Bayer, que assumiu o controle da Monsanto há três anos em meio a cotações mais baixas das commodities e litígios envolvendo o Roundup. A recuperação no setor agrícola ajudou a elevar as vendas da unidade agrícola da Bayer em 26% no terceiro trimestre. A empresa com sede em Leverkusen, Alemanha, subiu os preços de herbicidas e sementes.

O brasileiro Rodrigo Santos, de 48 anos, entrou na Monsanto em 1999 e vai assumir o comando da divisão agrícola. Liam Condon, que liderou a unidade em meio à transformação da Bayer na maior empresa agrícola do mundo, deixa o cargo antes do término de seu contrato para “buscar oportunidades de carreira fora da Bayer”, segundo comunicado.

Santos vai trabalhar no escritório de St. Louis, Missouri, em parte porque 70% dos negócios da divisão estão nas Américas do Norte e do Sul, disse o CEO Werner Baumann em teleconferência com repórteres. Santos é um “especialista comprovado com mais de 25 anos de experiência no setor”, afirmou.

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Rodrigo SantosFonte: Businesswire

As ações da Bayer perderam cerca da metade do valor desde que a empresa concluiu a aquisição da Monsanto em junho de 2018.

A Bayer espera que os preços do glifosato - o ingrediente ativo do Roundup - continuem subindo no quarto trimestre, em parte porque teve que fechar a unidade de produção na Luisiana por cinco semanas após o furacão Ida. Essa fábrica agora opera a plena velocidade, disse Baumann. Mas a paralisação ocorreu devido a uma forte redução na produção de glifosato na China este ano.

“Vimos vários aumentos de preços este ano”, disse Baumann sobre o glifosato. “Nós também aumentamos nossos preços.”

Na América Latina, a Bayer também conseguiu elevar nos últimos meses os preços das sementes de soja, entre outras, disse a empresa.

Os gastos anuais da empresa com pesquisa e desenvolvimento de US$ 2,3 bilhões para a divisão agrícola são mais do que o dobro do total combinado de suas maiores rivais Syngenta e Corteva, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

Enquanto a Bayer recorre à Suprema Corte dos EUA em um dos processos perdidos envolvendo o Roundup  - potencialmente encerrando o litígio sobre o produto -, o plano de backup da empresa é convencer investidores de que pode atingir esse objetivo gastando mais, com um possível desembolso total de US$ 16 bilhões. A empresa não forneceu uma atualização dos processos contra o Roundup na divulgação do balanço.

Na frente farmacêutica, a Bayer busca parcerias para desenvolver terapias baseadas em RNA mensageiro, embora não para vacinas no momento, disse Baumann. A empresa desistiu dos planos para ajudar a CureVac a aumentar a produção de sua vacina contra a Covid depois que a empresa de biotecnologia alemã encerrou as pesquisas. Ainda assim, as empresas continuam em negociações sobre outras possíveis colaborações, disse Baumann.

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