Breakfast

Lisboa, a nova Miami europeia dos brasileiros

Também no Breakfast: inflação encabeça lista dos mercados financeiros, que operam de lado esta manhã; curitibana TM3 Capital anuncia R$ 100 mi para investir em startups e o que você precisa saber sobre as “stablecoins”

08 de Novembro, 2021 | 07:27 AM
Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 8 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Portugal está se convertendo no “plano B” de muitos brasileiros desencantados pela situação socioeconômica de seu país de origem. Investimentos milionários têm sido direcionados ao país lusitano, com destaque para o ramo imobiliário. E as instituições financeiras, atentas a este movimento, têm criado estruturas de negócio para conquistar este público mais endinheirado.

Os brasileiros constituem a maior comunidade estrangeira residente em Portugal, representando 27,8% do total em 2020 – a marca mais elevada desde 2012, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. A diferença no perfil migratório dos últimos anos está no poder aquisitivo.

A concessão de vistos de residência e os benefícios fiscais têm atraído brasileiros com capacidade, por exemplo, investir pelo menos 350 mil euros em fundos de capital de risco, 500 mil euros em imóveis ou de transferir ao país no mínimo 1 milhão de euros. As regras mudam a partir de janeiro e tanto o investimento em fundos como a transferência de capital sobem para, respectivamente, 500 mil euros e 1,5 milhão de euros. O valor para a compra de imóveis permanecerá o mesmo, mas já não valerão as compras de residências no litoral, Lisboa ou Porto, uma tentativa de conter a especulação imobiliária.

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O sonho da casa própria... em Portugal

Em Portugal, o investimento no mercado imobiliário é a estrela – e isso inclui, além de terrenos e edifícios, fundos com lastro em imóveis. Segundo João Santos Pinto, sócio da CVSP Advogados, seus clientes têm um perfil mais conservador e procuram casas de alto padrão, de valor superior a 1 milhão de euros. Os brasileiros representam 30% de sua base de clientes, que cresceu nada menos que 50% este ano.

  • A onda de investimentos de brasileiros em Portugal abriu um grande filão para as instituições financeiras, que estão criando estruturas de atendimento dedicadas a este perfil de cliente.

Fazendo o gosto dos clientes

As construtoras em Portugal já estão se adaptando ao gosto do brasileiro. Suítes em todos os quartos, condomínios com vários serviços, churrasqueira e até uma singularidade que tanto choca os europeus: a combinação dois elevadores + quartinho de empregada. Tudo para contentar o freguês brasileiro.

Concessão de vistos de residência e os benefícios fiscais têm atraído brasileiros (Jose Sarmento Matos/Bloomberg)

Na trilha dos Mercados

A inflação norte-americana pinta como o dado mais relevante da semana e a expectativa é de que venha mais elevada. O pico da temporada de balanços vai chegando ao fim e com isso umas das referências que vinham animando tanto os negócios com renda variável tende a se esfumar durante a semana.

Nos primeiros negócios da manhã, as principais bolsas europeias operavam sem uma direção definida, do mesmo modo que os futuros de índice em Nova York.

Ainda que a inflação nos EUA venha com um repique, o que é largamente esperado pelo mercado, ninguém se arrisca a dizer que afetará negativamente os negócios com ações. Há semanas que os operadores têm dado de ombros a notícias que, em outras situações, poderiam desencadear um movimento de vendas. Até as realizações de lucros têm acontecido de maneira muito discreta, cedendo lugar ao apetite pelo risco.

Um retrato dos principais mercados esta manhã

A ter em conta

✍🏼Esta semana saem vários dados que darão uma ideia de como os problemas das cadeias de abastecimento, a escassez de algumas matérias-primas e o aumento dos preços de energia afetaram o bolso do produtor e do consumidor.

  • Na quarta-feira, o mercado conhecerá os dados inflacionários dos EUA, que na última medição marcou 5,4%. Analistas aguardam um número próximo a 5,8%. Mas mesmo que venha alto, o impacto não deve ser muito significativo, pois o Federal Reserve (Fed) já deixou claro ao mercado que não tem intenção de alterar os juros básicos no curto prazo.
  • Amanhã sai uma nova leitura do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, assim como as expectativas de inflação compiladas pela Universidade de Michigan na sexta. A China também publicará dados sobre os preços ao consumidor e ao produtor na quarta.

No radar

No Brasil:

  • IGP-DI (outubro) e Boletim Focus
  • Balanços: Banco do Brasil, BB Seguridade, Blau Farmacêutica, CBA, Direcional, GetNinjas, Itaúsa, JSL, Lojas Marisa, Quero-Quero, São Carlos, São Martinho, Três Tentos, Yduqs informam resultados trimestrais.

Destaques no exterior:

  • Índice preliminar do Japão em setembro, hoje
  • Bancos Centrais: Falam o presidente do Fed (Jerome Powell), o vice-presidente (Richard Clarida) e Patrick Harker (Fed de Filadelfia). Além disso, também estão programados discursos de membros do Banco Central Europeu (BCE), entre eles o economista-chefe Philippe Lane
  • O Comitê Central do Partido Comunista da China inicia hoje reunião que se estende até 11 de novembro
  • China financiamento agregado, estoque de dinheiro, novos empréstimos em yuan, na terça-feira (9)
  • China PPI, quarta-feira (10)
  • Estoques do atacado nos EUA, CPI, pedidos iniciais de desemprego na quarta-feira (10)
  • O mercado de títulos da dívida dos EUA fecha na quinta-feira (11) pelo Dia dos Veteranos

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

Opinião Bloomberg

O mercado de trabalho parece estar melhorando para os alunos que estão cursando o último ano da faculdade, mas aqueles que se formaram no ano passado ainda podem estar com dificuldades de encontrar trabalho. Seus colegas mais jovens estão conseguindo empregos graças a um mercado de trabalho melhor, estágios e interações presenciais com professores, que tinham perdido durante o auge da pandemia.

As agruras de se formar em meio a uma recessão

Pra não ficar de fora

Pelo menos oito pessoas morreram e várias ficaram feridas durante show do rapper Travis Scott na noite deste sábado (6), abertura do festival Astroworld, em Houston, Texas, nos Estados Unidos.

Nas redes sociais, Scott disse estar “completamente devastado” pela tragédia e que irá continuar trabalhando com a comunidade de Houston para amparar as famílias das vítimas e ajudar nas investigações.

Segundo relato de participantes do show e o chefe dos bombeiros da cidade, Samuel Peña, em coletiva, a confusão começou quando a multidão que se reuniu para a apresentação de Scott se moveu em direção ao palco, causando pânico e empurra-empurra.