Primeiro-ministro do Iraque sobrevive a tentativa de assassinato com drone

Drone carregado de explosivos atingiu a residência de Mustafa al-Kadhim, dentro da Zona Verde de Bagdá

Por

Bloomberg — O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, sobreviveu a uma tentativa de assassinato no início deste domingo (7), depois que um drone carregado de explosivos atingiu sua residência dentro da Zona Verde.

O primeiro-ministro não ficou ferido no ataque, disse o exército iraquiano em um comunicado. Al-Kadhimi pediu calma em um tweet e disse que estava bem. Ele mediou pessoalmente as negociações entre a potência xiita do Irã e a monarquia sunita da Arábia Saudita, cuja rivalidade abalou partes do Oriente Médio.

Não ficou claro quem executou o ataque contra o primeiro-ministro, um ex-chefe da inteligência cujo significado se estende além de Bagdá. O conselho de segurança nacional do Iraque disse em um comunicado que “grupos armados criminosos” foram responsáveis pelo ataque e prometeu prender os envolvidos.

Pesados tiros irromperam dentro da Zona Verde fortificada de Bagdá, que abriga a Embaixada dos EUA e outros escritórios de governos estrangeiros, informou a emissora al-Arabiya, citando oficiais de segurança que não identificou. Cinco pessoas ficaram feridas, disse.

Veja também: Vinte anos após o 11 de setembro, EUA precisam de nova estratégia contra ataques

“Este aparente ato de terrorismo, que condenamos veementemente, foi dirigido ao coração do estado iraquiano”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, em um comunicado. “Estamos em contato próximo com as forças de segurança iraquianas encarregadas de defender a soberania e a independência do Iraque e oferecemos nossa ajuda enquanto investigam este ataque.”

As hostilidades entre as milícias xiitas apoiadas pelo Irã e o governo iraquiano aumentaram após as eleições parlamentares do mês passado, onde legisladores apoiados pelo influente clérigo xiita Moqtada al-Sadr foram os primeiros na votação. Al-Kadhimi, um independente, está buscando o apoio de Sadr e de outros blocos para ser reintegrado como primeiro-ministro, mas a disputa política continua.

O Irã condenou o ataque e prometeu continuar seu “apoio à estabilidade, segurança e paz no Iraque”, de acordo com uma declaração de Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Ali Shamkhani, secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional, escreveu em um tuíte que o ataque representou uma “nova sedição” e apontou o dedo para “grupos estrangeiros” que tentavam fomentar a agitação no Iraque, sem dar mais detalhes.

--Com a colaboração de Golnar Motevalli

Leia também

‘Nação de startups’ de Macron desafia Londres no longo prazo