Bloomberg — Pesquisadores chineses afirmaram ter desenvolvido a tecnologia para transformar as emissões industriais em ração para animais em grande escala – medida que poderia reduzir a dependência do país de matérias-primas importadas, como a soja.
A tecnologia envolve a síntese da exaustão industrial que contém monóxido de carbono, dióxido de carbono e nitrogênio em proteínas utilizando a Clostridium autoethanogenum, uma bactéria usada para fazer etanol. A notícia foi divulgada esta semana no periódico estatal Science and Technology Daily.
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A China é o maior importador de soja, que é esmagada para produzir rações, principalmente para seu rebanho suíno (o maior do mundo). Ela compra grandes volumes de países como Brasil, Argentina e Estados Unidos. A commodity também tem sido uma importante fonte de atrito, contribuindo para as tensões comerciais entre os EUA e a China.
A China está passando por uma escassez de commodities agrícolas devido à falta de terras produtivas e à crescente demanda de uma população mais rica e tenta aumentar a produtividade e reduzir o desperdício. O Science and Technology Daily afirmou que 80% das necessidades de matéria-prima da China para proteínas de ração são atendidas por importações.
Se a China conseguir produzir 10 milhões de toneladas de proteína sintética usando a nova tecnologia, isso equivaleria a cerca de 28 milhões de toneladas de soja importada, observaram os pesquisadores. A produção de proteínas sintéticas para ração animal em grande escala também ajudaria a China em seu programa de descarbonização, acrescentaram, sendo este um dos principais objetivos políticos do Partido Comunista.
--Com assistência de Luz Ding.
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