Bloomberg — A safra de café brasileira da temporada 2022-23 deve se se recuperar com o alívio da seca pelas chuvas, de acordo com a Ecom Trading, uma das maiores operadoras mundiais da commodity.
“Estamos muito otimistas com a recuperação”, disse Jorge Esteve, vice-presidente da unidade brasileira da Ecom. “As chuvas têm sido muito boas, acima da média desde setembro.”
O Brasil, maior produtor mundial de café, entra no ciclo de alta produtividade da colheita de arábica no ano que vem. A safra deste ano foi prejudicada pelo clima seco, que reduziu a produção para 54,7 milhões de sacas em relação ao recorde de 70 milhões de sacas em 2020-21.
Uma produção maior pode reabastecer estoques baixos e desacelerar a alta dos preços. Os contratos futuros do café arábica acumulam alta de 62% neste ano em Nova York, com a oferta mais restrita na América do Sul agravada pelo aumento dos custos de frete e escassez de contêineres. Isso elevou a perspectiva de custo para empresas que usam os grãos, como Starbucks e Nestlé.
A produtividade de plantações do sul de Minas Gerais e Alta Mogiana, atingidas pelas geadas de julho, ainda será afetada. Outros lugares como a Zona da Mata ou regiões de cultivo de robusta, que tiveram clima mais ameno, devem ter melhores safras. A expansão da área plantada na Bahia e Rondônia deve elevar a produção de robusta, disse Esteve.
As projeções da Ecom tendem a ficar acima das previsões oficiais no país e são normalmente mais alinhadas com o Departamento de Agricultura dos EUA. O Brasil consome cerca de 23,6 milhões de sacas por ano, e as exportações superam 30 milhões de sacas, que pesam 60 quilos cada.
Como o resto do mundo, o país enfrenta problemas logísticos que impediram a exportação de cerca de 6 milhões de sacas nos últimos meses, disse Esteve. A greve de caminhoneiros esta semana atrasou os embarques para os portos, destacou.
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