São Paulo — A Embraer reportou, nesta sexta (5), um prejuízo de US$ 34 milhões no terceiro trimestre, após ter registrado um lucro de US$ 44 milhões entre abril e junho. Houve uma queda de receita no período. O faturamento ficou abaixo de US$ 1 bilhão, somando US$ 958 milhões, ante US$ 1,131 bilhão no segundo trimestre.
A fabricante de jatos, sediada em São José dos Campos (interior paulista) destacou, porém, o período de nove meses (US$ 2,896 milhões), em que a receita cresceu 50% em relação a igual período de 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19. A aviação comercial respondeu por 31% da receita, seguida pela aviação executiva (23%), serviços e suporte (29%) e defesa & segurança (17%).
A carteira de pedidos firmes (backlog) tem apresentado crescimento nos últimos dois trimestres, somando US$ 16,8 bilhões entre julho e setembro, acima dos US$ 15,9 bilhões do segundo trimestre. Em relação a janeiro a março (US$ 14,2 bilhões), houve um crescimento de 20%. O backlog está voltando aos níveis de 2019, ano pré-pandemia. No quarto trimestre de 2019, a carteira estava em US$ 16,8 bilhões.
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De janeiro a setembro, a Embraer entregou um total de 32 aeronaves para o segmento de aviação comercial, um aumento de 100% em 12 meses, e 54 jatos leves e grandes para a aviação executiva, um avanço de 25%.
A geração de caixa medida pelo Ebitda somou US$ 79 milhões no terceiro trimestre, com a margem caindo de 14,2% no segundo para 8,3% entre julho e setembro. Em nove meses, o Ebitda ajustado somou US$ 258 milhões, com margem de 8,9%.
A companhia aproveitou a divulgação do resultado financeiro para atualizar estimativas do ano. Agora o fluxo de caixa livre deve terminar o ano em US$ 100 milhões ou um valor acima disso. Anteriormente, a Embraer esperava um fluxo negativo de US$ 150 milhões a zero. Permaneceram inalteradas as estimativas para entregas (entregas para a aviação comercial de 45 a 50 aeronaves no ano, e de 90 a 95 para a aviação executiva).
A companhia também não alterou estimativas para receita líquida (US$ 4 bilhões a US$ 4,5 bilhões), margem Ebit ajustada (3% a 4%) e margem Ebitda ajustada (8,5% a 9,5%) para 2021.
Reações
Após a divulgação do resultado financeiro, o Bradesco BBI manteve sua recomendação de compra para a ação da Embraer, elevando o preço-alvo para o final de 2022 para R$ 37, destacando, em nota do analista Victor Mizusaki, a “surpresa positiva com geração de caixa e novo guidance”, em referência à revisão do guidance do fluxo de caixa de 2021 para cima (+US$ 100 milhões, ante -US$ 150 milhões para o ponto de equilíbrio).
Já a Ativa Investimentos comentou que a companhia “entregou um resiliente resultado e começa a demonstrar financeiramente que sua pior fase ficou para trás”. O analista Ilan Arbetman manteve a recomendação neutra para o papel com preço-alvo de R$ 26,80.
“Registrando receitas em linha com as nossas expectativas e observando forte diluição de custos em função do maior número de entregas, preço médio, melhor composição de mix de vendas, menores despesas com capacidade ociosa e maior eficiência produtiva, a companhia registrou um interessante aumento de sua margem bruta e assim, após mais de uma década, apurou geração de fluxo de caixa livre positiva em um terceiro trimestre. Atualizando seu guidance para o fluxo de caixa livre para o ano e mantendo as demais premissas operacionais, Embraer entregou um resiliente resultado e começa a demonstrar financeiramente que sua pior fase ficou para trás. Esperamos uma boa recepção dos resultados”, comentou a Ativa em relatório.
O Goldman Sachs também manteve sua recomendação de compra e destacou o fluxo de caixa positivo no terceiro trimestre e o aumento do guidance para esse indicador. “O ritmo da performance do fluxo de caixa continua melhorando”, observou relatório assinado pelos analistas Noah Poponak, Gavin Parsons e Anthony Valentini. O preço-alvo do Goldman Sachs para o recibo da ação (ADR) da Embraer é de US$ 23 para 12 meses. O recibo dispara hoje 7,28% para US$ 16,65.
Na B3, a ação da fabricante de jatos (EMBR3) saltou para a cotação máxima de R$ 23,05, uma valorização de 6,17%, com um forte giro de negócios (R$ 173 milhões por volta das 15h15).
(Atualiza às 15h15 com comentários e cotação)
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