Breakfast

Preços de lajes comerciais no coração financeiro da Faria Lima explodem

Também no Breakfast: em dia de decisão do Fed, mercados internacionais iniciam jornada com cautela; Tesla a ponto de devolver parte dos US$ 300 bi que ganhou em valor de mercado e Americanas conclui aquisição de rede varejista especializada em frutas

03 de Novembro, 2021 | 06:57 AM
Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 3 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

O preço do m² no coração financeiro da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste de São Paulo, explodiu neste segundo semestre, com negócios de compra superando o patamar de R$ 40 mil, refletindo a maior procura para aquisição de imóveis do segmento premium e o reaquecimento do setor de lajes comerciais após a reabertura dos escritórios com a volta do trabalho presencial nas sedes de corporações e instituições financeiras na região.

Veja mais: Os faria limers estão voltando aos escritórios com o aluguel mais caro

Bruno Bianchi, diretor do Itaú BBA para mercado imobiliário, diz que ouve de incorporadoras que ainda há espaço para preços maiores pelo m², acima de R$ 50 mil, em imóveis no trecho próximo à Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no bairro do Itaim Bibi. “A taxa de vacância está caindo, e os preços estão aumentando. O setor de lajes corporativas está em franca recuperação”, afirma Bianchi em entrevista à Bloomberg Línea.

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  • Segundo o especialista, à medida em que a região nobre da Faria Lima, sede de bancos e multinacionais (como o BTG Pactual e o Google no edifício Pátio Victor Malzoni), vai se tornando mais saturada, com preços acima da média do segmento premium, o mercado imobiliário vai investindo em outras regiões próximas, como a Avenida Dr. Chucri Zaidan e na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul da capital paulista.

O Itaú BBA acompanha o mercado imobiliário porque financia mais de 300 companhias da construção civil, incluindo as maiores desse setor. Segundo Bianchi, as empresas desse segmento estão com estrutura de capital sólida, pois aprenderam com as crises passadas e hoje possuem mais opções de acesso ao mercado de equities, aproveitando a onda de abertura de capital na Bolsa e o avanço dos fundos imobiliários.

  • Há hoje um clima de maior cautela com o cenário macroeconômico, o que o leva a descartar a continuidade de números recordes de lançamentos de projetos do setor em 2022, já que os custos também tendem a seguir pressionados em um contexto de inflação e juros em alta.

Na trilha dos Mercados

Após muita expectativa e antecipação nos preços dos ativos, os investidores hoje finalmente conhecerão o veredito do Federal Reserve (Fed) sobre os juros e o programa de recompra de títulos.

O consenso é de que o banco central dos Estados Unidos comece o “tapering” já em meados de novembro ou dezembro, ou seja, deixará de prover tanta liquidez ao mercado. A medida foi instaurada para estimular uma economia combalida pela pandemia, mas sinais de recuperação econômica e a inflação em alta tornam dispensável esta injeção de recursos.

O mercado parece estar muito seguro da decisão do Fed e ontem voltou a superar pontuações recordes, guiado sobretudo pelos balanços corporativos, cujas margens de lucro têm surpreendido positivamente e resistido ao aumento nos preços das commodities e aos problemas nas cadeias de suprimentos.

Nos primeiros negócios nesta manhã, tanto as bolsas europeias como os futuros de índices em Nova York operavam sem rumo definido, com a maioria dos indicados pendendo para o negativo. Na Ásia, a queda foi generalizada (a bolsa do Japão hoje fechou por feriado nacional).

No mercado de dívida, as curvas de rendimento de títulos do Tesouro norte-americano estão se achatando. A diferença entre o prêmio dos bônus de 30 anos e os de dois anos baixou três pontos base.

Um retrato dos principais mercados esta manhã

Mais elementos para análise

Também rondam o mercado as expectativas em torno do Bank of England (BoE), que amanhã anuncia sua decisão de política monetária. Alguns analistas estimam que a autoridade monetária britânica poderá aplicar agora uma alta dos juros básicos, de até 10 pontos, para 0,20%.

  • E por falar no país, hoje foi anunciado que os preços das casas no Reino Unido subiram mais do que o previsto em outubro, apesar do fim de um corte fiscal nas compras, mas a Nationwide Building Society advertiu que um aperto no padrão de vida e um aumento das taxas de juros provavelmente esfriarão o mercado.
  • O preço médio de uma casa subiu 0,7% em relação a setembro. Os economistas esperavam um acréscimo de apenas 0,3%. O ritmo anual de crescimento ficou praticamente estável em 9,9%.

Atenção também para o comportamento do petróleo. Amanhã a OPEP+ define se aumentará ou não a produção da commodity. Os Estados Unidos estão pressionando o cartel para elevar a oferta. O petróleo bruto disparou em 2021 com a recuperação da demanda drenando os estoques, com o barril de cru tipo WTI disparando cerca de 70%.

No radar

XP Inc. divulga, nesta quarta-feira (3), seu resultado financeiro do terceiro trimestre. Os números da plataforma tecnológica de investimentos, dona das marcas XP, Rico, Clear, Infomoney, XPeed e Spiti, devem ser enviados à SEC (xerife do mercado americano) no fim da tarde.

Outros destaques:

  • Fed: decisão sobre o rumo das taxas de juros e a política de estímulo monetário via recompra de títulos, hoje
  • Pedidos às fábricas dos Estados Unidos, indicador de bens duráveis, hoje
  • Reunião da OPEP+ sobre produção de petróleo, amanhã (4)
  • Banco da Inglaterra anuncia sua decisão sobre juros e programa de aquisição de títulos, amanhã (4)
  • Desemprego nos EUA, pagamentos no setor não-agrícola, sexta-feira (5)
  • Balanços: Qualcomm, Booking Holdings, Fox Corp, Marriott International.

Destaques da Bloomberg Línea

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eículos elétricos Tesla, que, de acordo com o mercado de ações, vale hoje um trilhão de dólares.

Pra não ficar de fora

Mesmo com dezenas de delegados barrados das discussões sobre a promessa global de reduzir a emissão de metano, o ator de Hollywood Leonardo DiCaprio, que se tornou ativista ambiental, conseguiu ouvir chefes de Estado de dentro da sala de conferências.

Vários delegados foram impedidos de entrar no local em que as autoridades discutiam o acordo enquanto o presidente americano Joe Biden estava no local. Não a estrela do Titanic, que furou o cerco e conseguiu participar.