Bloomberg — A Deutsche Lufthansa AG divulgou um lucro surpreendente impulsionado pela crescente demanda por carga e afirmou que a reabertura da fronteira dos Estados Unidos para os europeus manterá os lucros positivos até o final do ano.
As ações subiram 5,3% depois que o grupo alemão informou lucro ajustado antes de juros e impostos de 17 milhões de euros (US$ 20 milhões) no terceiro trimestre, seu primeiro lucro desde o início da pandemia de Covid-19.
A perspectiva otimista, após os resultados sólidos da Air France-KLM, sinaliza que a recuperação das viagens está se estendendo a grandes companhias aéreas. Ambas as transportadoras europeias se beneficiaram das operações de carga durante o verão no hemisfério norte, e os preços permaneceram altos mesmo com o retorno da capacidade. Embora as operações de passageiros da Lufthansa tenham registrado prejuízo, os EUA reabrirão as fronteiras para turistas estrangeiros na próxima semana, liberando a demanda reprimida por viagens corporativas e viagens em família no final do ano.
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A confiança da Lufthansa nas viagens de negócios continua restringindo os resultados, embora “todos os grupos de passageiros estejam mostrando sinais de recuperação e a reestruturação de custos esteja progredindo”, disse o analista da Bernstein, Alex Irving.
As ações da Lufthansa avançavam 5,1% (a maior alta em mais de um mês) às 9h31 em Frankfurt (5h31 no horário de Brasília).
A divisão de carga registrou seu melhor desempenho, já que a migração para compras on-line durante a pandemia estimulou o frete aéreo. As ligações complicadas de abastecimento por trem e transporte marítimo também transferiram algumas mercadorias para o transporte aéreo, aliviando as companhias aéreas com grandes operações de frete.
O lucro na unidade atingiu 301 milhões de euros, enquanto as companhias aéreas com serviço de bordo do grupo tiveram prejuízo de 304 milhões de euros.
Reabertura dos EUA
Com os EUA se abrindo para mais viajantes, a empresa disse que deveria conseguir reduzir pelo menos à metade o prejuízo do exercício completo a partir de 2020. Anteriormente, a projeção era apenas que o déficit seria menor do que o prejuízo de 5,45 bilhões do ano passado com base no EBIT ajustado.
As reservas de passageiros retornaram a quatro quintos dos níveis anteriores à crise, disse a Lufthansa, e o grupo estima oferecer mais de 70% de sua capacidade normal em 2022.
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Melhora para Eurowings
A marca de descontos Eurowings também registrou lucro após a recuperação das viagens de curta distância na Europa. Irving denominou o desempenho “particularmente impressionante” e um sinal da força da recuperação do setor de lazer.
Os cortes nos custos durante a pandemia também estão beneficiando a Lufthansa. A empresa disse que está se aproximando de sua meta de baixar a folha de pagamento para 100 mil pessoas (em comparação a quase 140 mil antes da crise), e 3 mil funcionários ainda não combinaram suas datas de demissão. Um novo plano de demissão voluntária foi colocado em prática para a tripulação de cabine.
Os analistas previam um prejuízo no terceiro trimestre de 169 milhões de euros, segundo pesquisa da Bloomberg.
Air France e IAG
A Air France-KLM divulgou lucro na semana passada e projetou um resultado em 12 meses ligeiramente positivo.
Irving disse em nota que a Lufthansa “provavelmente passa por um momento mais difícil” que sua rival, considerando sua maior dependência de viagens corporativas em comparação com a rede da Air France, mais focada em lazer.
A IAG, terceiro maior grupo de companhias aéreas da Europa e proprietária da British Airways, deve divulgar seus dados trimestrais na sexta-feira (5).
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