Bloomberg — Os ganhos da BMW superaram as expectativas depois que um aumento nos preços dos veículos e a priorização de modelos mais lucrativos, como o SUV X7 de US$ 75.000, ajudaram a empresa a compensar as reduções de produção devido à escassez de chips.
O lucro antes dos impostos do grupo aumentou 50% para 2,9 bilhões de euros (US$ 3,4 bilhões) no terceiro trimestre, informou a BMW na quarta-feira (3), em comparação com uma estimativa média dos analistas de 2,5 bilhões de euros. Os problemas com o fornecimento de chips, que prejudicaram toda a indústria, continuarão sendo uma realidade para além deste ano, disse a empresa.
“Os negócios durante o atual ano financeiro até o momento se beneficiaram substancialmente da situação de mercado estável e favorável e da demanda vigorosa e contínua”, disse o diretor financeiro, Nicolas Peter, no comunicado.
A BMW superou a turbulência causada pela escassez de chips melhor do que as outras empresas do ramo e, no final de setembro, foi contra a maré de advertências para aumentar as expectativas de lucro. Enquanto outras fabricantes conseguiram compensar grande parte da crise com preços mais altos e priorizando a produção dos modelos mais lucrativos, forncedores como a Continental não tiveram a amesma sorte.
O que a Bloomberg Intelligence diz:
Resultados do 3T melhores do que o esperado - com uma margem de auto-Ebit de alta qualidade, de 7,8% - colocam a BMW no caminho certo para retornar a uma faixa de 8-10% (antes dos itens únicos), que acreditamos ser factível no 4T e 2022. Essa meta foi alcançada pela última vez entre 2010-17 e seria um objetivo ousado para o próximo ano, em meio à transição para veículos totalmente elétricos. A BMW administrou os problemas de chips melhor do que seus concorrentes e pode perder 100.000 unidades - 5% da produção - em 2021, ajudando a impulsionar os preços de seus veículos novos (EUA e China) e usados - observa Michael Dean, analista automotivo de Business Intelligence.
As ações subiram 1,3% às 11h37 no pregão de Frankfurt, e tiveram uma valorização de 24% desde o início do ano.
As entregas da BMW durante o terceiro trimestre caíram cerca de 12%, para pouco menos de 600.000 carros, em comparação com o ano anterior. As vendas da Mercedes-Benz despencaram 30% no mesmo período. As vendas da BMW de carros híbridos plug-in e totalmente elétricos dobraram para 231.575 automóveis nos primeiros nove meses, com modelos puramente movidos a bateria respondendo por 59.688 veículos.
Depois da piora na disponibilidade de semicondutores durante o terceiro trimestre, os fabricantes estão vendo uma luz no fim do túnel. Na semana passada, a Volkswagen e a Stellantis, as duas maiores montadoras da Europa, disseram que a crise deve finalmente começar a diminuir.
À medida que os lançamentos de veículos elétricos dos fabricantes tradicionais ganham força, a luta agora é deter a ascenção da Tesla. A valuation da líder em veículos elétricos subiu acima de US$ 1 trilhão pela primeira vez na semana passada, puxada por um acordo para fornecer 100.000 carros para a locadora Hertz. O Modelo 3 da Tesla também ficou em primeiro lugar das vendas de carros na Europa, em setembro, o primeiro carro elétrico a alcançar este feito.
A BMW espera ganhos antes de juros e impostos sobre a fabricação de automóveis entre 9,5% e 10,5% sobre as vendas. O lucro do braço de serviços financeiros da empresa também saltou como resultado de preços mais altos e o aumento de novos contratos de crédito e leasing. O EBIT da divisão mais do que dobrou para 974 milhões de euros, representando 34% do lucro do grupo, acima dos 23% do ano anterior, disse a BMW.
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