Barcelona, Espanha — O drive desta semana vem com bancos centrais tomando decisões sobre os juros, na tentativa de calibrar inflação e um ritmo aceitável de atividade econômica. O Federal Reserve (Fed) é o principal deles, que na quinta-feira também deve dar início à redução da compra de ativos e títulos, o que já foi sinalizado por Jerome Powell.
Nos mercados internacionais, o movimento é de otimismo. Depois de a renda variável nos Estados Unidos renovar marcas recordes, os índices de ações operavam com valorização nesta segunda-feira. As bolsas europeias também seguiam pela senda positiva - hoje é feriado em muitos países europeus, mas o mercado de ações está funcionando, e no azul.
Na Ásia, Tóquio se destacava com forte valorização depois de o Partido Liberal Democrata (centro-direita) do primeiro-ministro Fumio Kishida ter garantido, nas urnas, sua maioria absoluta, ao contrário dos resultados sugeridos pelas pesquisas de opinião. Com esse resultado, o mercado renova suas expectativas de estímulo fiscal no país asiático
O rescaldo da safra de balanços também sustenta a valorização das bolsas. Das 279 empresas que compõem o S&P 500 e que apresentaram seus resultados, 87% cumpriram ou superaram a estimativa dos analistas, segundo a Bloomberg. Entre as empresas do índice europeu Stoxx 600, 68% superaram as expectativas.
Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Brasil detalhará novo plano de zerar emissão em 2050 na COP-26
O otimismo nos mercados recebeu um impulso depois de que a Secretária do Tesoro dos Estados Unidos, Janet Yellen, expressou sua confiança na continuidade da recuperação econômica depois da pandemia. Ela disse que os programas econômicos de mais longo prazo que o presidente Joe Biden está pressionando para que o Congresso os promulgue poderiam fortalecer ainda mais esse movimento.
No mercado de commodities, os contratos futuros de petróleo tipo Brent sobem diante das crescentes expectativas de que a OPEP+ resista à pressão dos EUA para aumentar a produção.
Bancos centrais, os protagonistas da semana
Amanhã, o banco central da Austrália dá o seu parecer sobre a política monetária do país e, na quinta, será a vez da autoridade monetária britânica – no mesmo dia da tão esperada reunião do Fed americano. Tanto os mercados de renda fixa como os de renda variável estão atentos às medidas que serão anunciadas para equilibrar inflação em alta e recuperação do crescimento econômico.
Os analistas têm confrontado os indicadores inflacionários, que sinalizam mais que uma pressão pontual, e dados sobre o crescimento das economias.
- Neste sentido, as informações mais recentes dizem respeito à economia da zona do euro, que manteve o dinamismo no terceiro trimestre graças às menores restrições Covid-19 durante o verão.
- Porém, os analistas acreditam que este ritmo tende a desacelerar substancialmente em virtude dos problemas globais derivados dos gargalos nas cadeias de abastecimento. Esse desajuste também está sendo repassado à inflação, que alcançou seu mais nível desde julho de 2008. O salto nos preços da energia também deve afastar a inflação na Europa do centro da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu (BCE).
Já no Brasil...
Semana mais curta com feriado amanhã, terça. O pregão de hoje vai indicar se a tendência do Ibovespa é mesmo para baixo, enquanto temporada de balanço segue com pesos-pesados como Bradesco e Itaú Unibanco.
- Na quinta, a Anatel inicia o leilão de 5G. Expectativa é de R$ 50 bilhões em investimentos.
- Semana decisiva também para a PEC dos Precatórios, que propõe parcelamento de dívidas judiciais e muda a regra do teto de gastos. Na semana passada, o governo não tinha os votos para aprová-la na Câmara dos Deputados.
- Ainda por aqui, importante acompanhar desdobramentos com a Petrobras: o lucro recorde e distribuição de mais R$ 31 bilhões em dividendos colocam a petroleira ainda mais no foco de ataques políticos. Na reunião do G20, em Roma, o presidente Jair Bolsonaro se queixou da estatal aos líderes da Alemanha, Angela Merkel, e da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan. Apesar dos bons resultados corporativos, a ação da companhia encolheu forte no último pregão de outubro.
No radar
Esta é a agenda de hoje:
- No Brasil: Pesquisa Focus (8h25); PMI Industrial Markit (10h00); Balança Comercial (15h00);
- Nos Estados Unidos: Destaque para os dados de PMI Industrial (10h45) e PMI Industrial ISM (12h00).
Outros destaques no exterior esta semana:
- Decisão de política monetária do banco central da Austrália, amanhã (2)
- Pedidos às fábricas dos Estados Unidos, indicador de bens duráveis, quarta-feira (3)
- Fed: decisão sobre o rumo das taxas de juros e a política de estímulo monetário via recompra de títulos, quinta-feira (4)
- Reunião da OPEP+ sobre produção de petróleo, quinta-feira (4)
- Banco da Inglaterra anuncia sua decisão sobre juros e programa de aquisição de títulos, quinta-feira (4)
- Desemprego nos EUA, pagamentos no setor não-agrícola, sexta-feira (5)
- Balanços: Airbnb, BMW, BP, Honda Motor, KKR, Moderna, Peloton, Pfizer, Pinterest, Qualcomm, SoftBank, Toyota Motor, Uber
Leia também: Pitch da Robinhood bate de frente com apetite de cliente por memes
-- Com informações de Bloomberg News