Breakfast

Brasil detalhará novo plano de zerar emissão em 2050 na COP-26

Também no Breakfast de hoje: decisões de bancos centrais ditarão o rumo dos mercados; Anvisa divulga os protocolos para o início da Temporada Brasileira de Cruzeiros 2021/2022 e a queda na relevância do Facebook entre os adolescentes é realmente uma ameaça à existência da empresa?

01 de Novembro, 2021 | 07:25 AM
Tempo de leitura: 2 minutos

Bom dia! Hoje é 1 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

O Brasil deve revelar uma meta mais ambiciosa para atingir a neutralidade climática e assinar uma promessa liderada pelo Reino Unido sobre o fim do desmatamento em uma mudança de postura para a administração do presidente Jair Bolsonaro, criticado ao redor do mundo por sua posição sobre o clima.

O país planeja declarar oficialmente sua meta de zerar as emissões líquidas para 2050 - conhecida como Contribuição Nacionalmente Determinada - nas negociações climáticas da COP-26 na Escócia nesta segunda-feira, disse Paulino de Carvalho Neto, secretário do Itamaraty para assuntos políticos multilaterais. O Brasil também fará parte de um acordo liderado pelo Reino Unido para parar o desmatamento e acabar com a degradação do solo até 2030.

  • Berço da floresta amazônica, o país mudou sua postura sobre o clima e está se posicionando de forma mais flexível nas negociações, à medida que o mundo busca evitar as piores consequências das mudanças climáticas. O encontro de Glasgow foi anunciado como um evento decisivo para conter o aquecimento global, com o Reino Unido pressionando fortemente para que os líderes mundiais ampliem suas ambições climáticas.
  • O país também vê uma “boa chance” de um acordo que estabeleça regras para um mercado global de carbono - conhecido como Artigo 6 no Acordo de Paris, disse o funcionário. Em 2019, as negociações da COP em Madri terminaram sem um acordo, com o Brasil e a União Europeia em desacordo. Estabelecer essas regras é um dos principais objetivos da conferência de Glasgow.
  • Assinar a declaração florestal - que também é apoiada pela União Europeia, Indonésia e República Democrática do Congo - é um grande passo para o Brasil em meio à luta para combater acusações de que está destruindo a área do Cerrado para o cultivo de soja e de que ainda há gado sendo criado na Amazônia.

Leia aqui: 7 fatos para você entender a COP-26, a conferência do clima

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Na trilha dos Mercados

O drive desta semana vem com bancos centrais tomando decisões sobre os juros, na tentativa de calibrar inflação e um ritmo aceitável de atividade econômica. O Federal Reserve (Fed) é o principal deles, que na quinta-feira também deve dar início à redução da compra de ativos e títulos, o que já foi sinalizado por Jerome Powell.

Nos mercados internacionais, os futuros de índices em Nova York operavam em alta nas primeiras operações do dia. Na sexta-feira, os índices S&P 500 e Nasdaq 100 resistiram a resultados decepcionantes de algumas grandes empresas de tecnologia e renovaram recordes. As bolsas europeias também seguiam pela senda positiva - hoje é feriado em muitos países europeus, mas o mercado de ações está funcionando.

Na Ásia, Tóquio se destacava com forte valorização depois de o Partido Liberal Democrata (centro-direita) do primeiro-ministro Fumio Kishida ter garantido, nas urnas, sua maioria absoluta, ao contrário dos resultados sugeridos pelas pesquisas de opinião. Com esse resultado, o mercado renova suas expectativas de estímulo fiscal no país asiático.

Um retrato dos principais mercados esta manhã

Bancos centrais, os protagonistas da semana

Amanhã, o banco central da Austrália dá o seu parecer sobre a política monetária do país e, na quinta, será a vez da autoridade monetária britânica – no mesmo dia da tão esperada reunião do Fed americano. Tanto os mercados de renda fixa como os de renda variável estão atentos às medidas que serão anunciadas para equilibrar inflação em alta e recuperação do crescimento econômico.

Os analistas têm confrontado os indicadores inflacionários, que sinalizam mais que uma pressão pontual, e dados sobre o crescimento das economias.

  • Neste sentido, as informações mais recentes dizem respeito à economia da zona do euro, que manteve o dinamismo no terceiro trimestre graças às menores restrições Covid-19 durante o verão.
  • Porém, os analistas acreditam que este ritmo tende a desacelerar substancialmente em virtude dos problemas globais derivados dos gargalos nas cadeias de abastecimento. Esse desajuste também está sendo repassado à inflação, que alcançou seu mais nível desde julho de 2008. O salto nos preços da energia também deve afastar a inflação na Europa do centro da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu (BCE).

Já no Brasil...

Semana mais curta com feriado amanhã, terça. O pregão de hoje vai indicar se a tendência do Ibovespa é mesmo para baixo, enquanto temporada de balanço segue com pesos-pesados como Bradesco e Itaú Unibanco.

  • Na quinta, a Anatel inicia o leilão de 5G. Expectativa é de R$ 50 bilhões em investimentos.
  • Semana decisiva também para a PEC dos Precatórios, que propõe parcelamento de dívidas judiciais e muda a regra do teto de gastos. Na semana passada, o governo não tinha os votos para aprová-la na Câmara dos Deputados.
  • Ainda por aqui, importante acompanhar desdobramentos com a Petrobras: o lucro recorde e distribuição de mais R$ 31 bilhões em dividendos colocam a petroleira ainda mais no foco de ataques políticos. Na reunião do G20, em Roma, o presidente Jair Bolsonaro se queixou da estatal aos líderes da Alemanha, Angela Merkel, e da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan. Apesar dos bons resultados corporativos, a ação da companhia encolheu forte no último pregão de outubro.

No radar

Esta é a agenda de hoje:

  • No Brasil: Pesquisa Focus (8h25); PMI Industrial Markit (10h00); Balança Comercial (15h00);
  • Nos Estados Unidos: Destaque para os dados de PMI Industrial (10h45) e PMI Industrial ISM (12h00).

Outros destaques no exterior esta semana:

  • Decisão de política monetária do banco central da Austrália, amanhã (2)
  • Pedidos às fábricas dos Estados Unidos, indicador de bens duráveis, quarta-feira (3)
  • Fed: decisão sobre o rumo das taxas de juros e a política de estímulo monetário via recompra de títulos, quinta-feira (4)
  • Reunião da OPEP+ sobre produção de petróleo, quinta-feira (4)
  • Banco da Inglaterra anuncia sua decisão sobre juros e programa de aquisição de títulos, quinta-feira (4)
  • Desemprego nos EUA, pagamentos no setor não-agrícola, sexta-feira (5)
  • Balanços: Airbnb, BMW, BP, Honda Motor, KKR, Moderna, Peloton, Pfizer, Pinterest, Qualcomm, SoftBank, Toyota Motor, Uber

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

Opinião Bloomberg

A queda na relevância do Facebook entre os adolescentes é realmente uma ameaça à existência da empresa? Afinal, os usuários mais fieis do Facebook têm mais de 30 anos, e os adolescentes de hoje terão 30 anos amanhã; se não começarem a usar o Facebook na juventude, não há garantias de que o farão posteriormente.

Contudo, entre os mais velhos, a rede social ainda é muito importante, principalmente para o compartilhamento de notícias e avisos de eventos (Gabby Jones/Bloomberg)

Pra não ficar de fora

Turismo Setor de cruzeiros negociou com Ministérios do Turismo, Justiça, Infraestrutura e Saúde o calendário da nova temporada de cruzeiros (Divulgação/Clia Brasil)

A diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, na sexta-feira (29), os protocolos para o início da Temporada Brasileira de Cruzeiros 2021/2022 no próximo dia 5 de novembro, com o MSC Preziosa estreando em águas nacionais, saindo de Santos (SP). Entre os principais pilares dos procedimentos sanitários detalhados e publicados pela Anvisa e que estão aptos a possíveis ajustes de acordo com o cenário pandêmico, estão:

  • Vacinação completa obrigatória para hóspedes e tripulantes (elegíveis dentro do Plano Nacional de Imunização)
  • Testagem pré-embarque (PCR até três dias antes ou Antígeno até um dia antes da viagem)
  • Testagem frequente de, no mínimo, 10% das pessoas embarcadas e tripulantes
  • Ocupação máxima de 75% da capacidade da embarcação
  • Distanciamento de 1,5m entre grupos
  • Uso obrigatório de máscaras