Quer tomar champanhe na Rússia? Vai ter que aprender o nome certo

Norma do governo russo que entra em vigor em 2022 força a bebida importada a ser rotulada como ‘vinho espumante’

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Bloomberg — Os fabricantes franceses de champanhe que vendem seu produto na Rússia podem respirar aliviados. Por enquanto.

A Rússia concordou em postergar até 1º de janeiro uma nova norma que concederá o direito exclusivo de usar o termo “Shampanskoe” – champagne, em russo – para fabricantes locais de vinhos espumantes.

Os produtores franceses de champanhe são notoriamente possessivos com a denominação. Na era da União Soviética, o shampanskoe russo era um vinho espumante barato. Quando a notícia da norma surgiu pela primeira vez na Rússia, em julho, os produtores franceses decidiram suspender as exportações para o país como forma de retaliação. Os envios foram retomados no mês passado, mas o principal grupo de lobby, o Comite Champagne CIVC, alertou que “a luta está longe do fim”.

A partir de 1º de janeiro, os produtores franceses terão de rotular suas garrafas como “vinho espumante” em caracteres cirílicos e só poderão usar a palavra Champagne em caracteres latinos nas garrafas.

O ministro do Comércio, Franck Riester, elogiou as “boas notícias” da prorrogação em um tweet na terça-feira (26). “Continuaremos nossos esforços para proteger nossos exportadores a longo prazo”, acrescentou.

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Os produtores franceses de champanhe continuam “atentos” aos acontecimentos esperados até o final do ano no escopo de um diálogo entre os dois países e esperam obter “reconhecimento total” do nome champagne na Rússia, disse a CIVC em comunicado por e-mail.

A prorrogação até 2022 é oportuna devido à temporada de compras natalinas antes das comemorações de ano novo.

Os produtores de champanhe restringem o uso do nome na França, permitindo-o apenas para vinhos espumantes feitos em uma área limitada da região. O nome é protegido em 120 países.

A Rússia é o 15º maior mercado em valor para os produtores franceses de champanhe, segundo dados da CIVC do ano passado. O mercado vale cerca de 35 milhões de euros (US$ 41 milhões), em comparação com mais de meio bilhão de euros para os EUA, principal mercado de exportação.

--Com assistência de Ania Nussbaum e Áine Quinn.