Bloomberg — O presidente Jair Bolsonaro, que tem estado sob constante crítica devido ao crescente desmatamento da floresta amazônica, deve ter uma recepção fria na cúpula do G-20 em Roma.
Enquanto a maioria dos líderes presentes no encontro deste fim de semana na Itália estão tendo várias reuniões bilaterais, Bolsonaro tem apenas dois encontros presenciais agendados, de acordo com sua assessoria de imprensa.
Na noite de sexta-feira, Bolsonaro viu o presidente da Itália, Sergio Mattarella, uma formalidade já que a Itália sedia o encontro dos líderes das 20 maiores economias. O segundo encontro está marcado para sábado com Mathias Cormann, o novo chefe da OCDE, ao qual o Brasil se candidata.
Mais reuniões poderiam ser marcadas, disse a assessoria de imprensa do presidente, ao mesmo tempo em que enfatizou que apenas essas duas acontecerão por enquanto.
O Brasil importa. A maior economia da América Latina abriga a maior floresta tropical do mundo e tradicionalmente desempenha um papel importante em fóruns multilaterais. É por isso que é surpreendente que ele não consiga organizar mais reuniões um a um.
O problema é que Bolsonaro atraiu indignação internacional com o aumento do desmatamento na Amazônia, bem como em outras regiões, incluindo o cerrado e Pantanal.
As emissões de dióxido de carbono do Brasil dispararam no ano passado devido ao maior desmatamento em regiões incluindo a Amazônia, de acordo com um relatório publicado quinta-feira pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações ambientais brasileiras.
Bolsonaro, que defende a abertura da maior floresta tropical do mundo para a agricultura e mineração, disse que não participará da reunião climática COP26 em Glasgow, na Escócia. A França e os países da União Europeia disseram que um acordo comercial com os países do Mercosul, que inclui o Brasil, não será ratificado até que haja avanços nas mudanças climáticas.
Alberto Fernandez, o presidente da Argentina, o vizinho menor do Brasil, tem reuniões agendadas com a alemã Angela Merkel, o canadense Justin Trudeau e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen.
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