Barcelona, Espanha — As investidas de política monetária para o controle da inflação voltam à cena com pompa e circunstância. Hoje, o mercado dirige sua atenção sobretudo às reuniões dos bancos centrais da Europa e do Japão, além de assimilar as decisões das autoridades monetárias do Canadá e do Brasil, que tomaram medidas mais enérgicas ante uma ameaça inflacionária.
Nos primeiros negócios desta manhã, as bolsas da Europa exibiam alguma volatilidade, oscilando entre o positivo e o negativo. Os futuros de índice em Nova York subiam.
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Sob os holofotes
Os bancos centrais hoje são protagonistas.
- Nesta manhã, foi anunciado que o Banco do Japão (BOJ) resolveu manter suas taxas de juros e seu plano de recompra de títulos. Ao mesmo tempo, sinalizou que a economia japonesa deve demorar mais para se recuperar, um reflexo da onda de Covid-19 durante o verão, e diminuiu suas projeções para as exportações e produção.
- No Brasil, ontem o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade acelerar o ritmo do aperto monetário e levou a Selic para 7,75%, maior patamar em quatro anos, diante da persistência da inflação e da deterioração do cenário fiscal depois que o governo admitiu romper o teto de gastos. Foi a maior alta desde 2002 e o sexto aumento seguido da taxa básica de referência brasileira desde março deste ano, quando os juros foram elevados de 2% para 2,75%. Em meio a inflação alta, a autoridade monetária sinalizou outro aumento da mesma magnitude para a próxima reunião.
- No Canadá, o banco central manteve os juros, mas encerrou o seu programa de estímulo económico via compra de bônus. O país também considera antecipar futuras subidas de juros, no caso de os gargalos de abastecimento continuarem a pressionar a inflação.
- Estas notícias se somarão à – grande – expectativa do mercado com relação às decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que se encontra hoje. Esta manhã, o IPC preliminar da Espanha em outubro ficou pior do que o esperado (+,5,5% frente ao ano anterior, contra projeções de 4,5%). Outros dados inflacionários europeus estão para sair. Será que o BCE manterá o discurso de que a pressão inflacionária é algo transitória?
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Outras variáveis
- O mercado financeiro está dando especial atenção ao rendimento dos bônus. Ontem, a curva de rendimento destes papéis se achatou na maioria dos mercados desenvolvidos, influenciada pela inflação e a consequente a reação dos bancos centrais para combater os preços elevados, além de menores projeções de crescimento econômico.
- Os balanços de empresas ainda estão na lista de prioridades e devem sustentar o ânimo dos investidores.
No radar
Esta é a agenda de hoje:
- No Brasil: IGP-M de outubro (8h de Brasília); Resultados: Petrobras, Vale, Ambev, Suzano, Lojas Renner, Alpargatas, Assaí, CTEEP, Embraer, Grendene, Odontoprev, Gol, Fleury e Cia. Hering
- No exterior: Decisão da taxa de juros do BCE (8h45 de Brasília), Coletiva de Imprensa do BCE (9h30), Decisão da taxa de juros do Japão (11h44); nos Estados Unidos: dados de seguro-desemprego e PIB trimestral (9h30).
- Balanços: Apple, Amazon, Mastercard, Comcast, Merck, Royal Dutch Shell, Linde, Volkswagen, Starbucks, Sanofi, Caterpillar, Lloyds Banking Group, Samsung
Para amanhã, os destaques são:
- Reunião conjunta de ministros de finanças e saúde do G-20 antes da cúpula dos líderes no fim de semana, sexta-feira (29)
- Produção industrial preliminar de setembro e PIB preliminar do terceiro trimestre na zona do euro, Alemanha, França e Itália, sexta-feira (29)
- IPC preliminar de outubro da zona do euro, sexta-feira (29)
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-- Com informações de Bloomberg News