Breakfast

Made in Brasil, Nubank prepara IPO nos EUA

No Breakfast: mercados dirigem holofotes a investidas de bancos centrais e Marfrig Global Foods divulga receita recorde no trimestre, impulsionada por subsidiária norte-americana.

28 de Outubro, 2021 | 06:57 AM
Tempo de leitura: 2 minutos

Bom dia! Hoje é 28 de outubro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

A Nu Holdings, controladora do Nubank, deu entrada em seu pedido de oferta inicial de ações (IPO) nos EUA, com listagem simultânea no Brasil por meio de BDRs (recibos de ações estrangeiras). A operação é uma das mais aguardadas de uma empresa de origem brasileira, que deve ocorrer ainda neste ano e mesmo em meio às turbulências do mercado local.

O pedido, no entanto, conta com cláusula de confidencialidade, o que restringe o acesso público às informações relacionadas à oferta e aos negócios da empresa. A empresa escolheu listar as ações na NYSE, a bolsa de Nova York, após concorrência com a Nasdaq, segundo fontes que pediram para não ser identificadas.

Os fundadores do Nubank, David Velez, e Cristina Junqueira (Rodrigo Capote/Bloomberg)
  • A operação deve movimentar mais de US$ 2 bilhões e a empresa pode chegar a mercado com um valor de mercado acima de US$ 50 bilhões, maior do que a dos grandes bancos brasileiros. Quando o megainvestidor Warren Buffett, da Berkshire Hathaway, fez um aporte de US$ 500 milhões na empresa neste ano, o Nubank já tinha sido avaliado em US$ 30 bilhões.
  • Apenas bancos estrangeiros - entre eles Citi, Goldman Sachs e Morgan Stanley - participam da coordenação da oferta, o que não é usual em relação a empresas brasileiras, segundo fontes do mercado com conhecimento do caso.
  • A Nu Holding pediu registro à SEC (Securities and Exchange Commission) de listagem de ações ordinárias Classe A nos EUA. No Brasil, parte dessas ações serão agrupadas na forma de BDRs patrocinados pela empresa, com negociação na B3. O processo já vinha ocorrendo havia alguns dias na SEC, mas se tornou público nesta quarta devido ao processo envolvendo BDRs e os reguladores brasileiros, disseram as fontes.

Na trilha dos Mercados

As investidas de política monetária para o controle da inflação voltam à cena com pompa e circunstância. Hoje, o mercado dirige sua atenção sobretudo às reuniões dos bancos centrais da Europa e do Japão, além de assimilar as decisões das autoridades monetárias do Canadá e do Brasil, que tomaram medidas mais enérgicas ante uma ameaça inflacionária.

PUBLICIDADE

Nos primeiros negócios desta manhã, as bolsas da Europa exibiam alguma volatilidade, oscilando entre o positivo e o negativo. Os futuros de índice em Nova York subiam.

Um retrato dos principais mercados esta manhã

Sob os holofotes

Os bancos centrais hoje são protagonistas.

  • Nesta manhã, foi anunciado que o Banco do Japão (BOJ) resolveu manter suas taxas de juros e seu plano de recompra de títulos. Ao mesmo tempo, sinalizou que a economia japonesa deve demorar mais para se recuperar, um reflexo da onda de Covid-19 durante o verão, e diminuiu suas projeções para as exportações e produção.
  • No Brasil, ontem o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade acelerar o ritmo do aperto monetário e levou a Selic para 7,75%, maior patamar em quatro anos, diante da persistência da inflação e da deterioração do cenário fiscal depois que o governo admitiu romper o teto de gastos. Foi a maior alta desde 2002 e o sexto aumento seguido da taxa básica de referência brasileira desde março deste ano, quando os juros foram elevados de 2% para 2,75%. Em meio a inflação alta, a autoridade monetária sinalizou outro aumento da mesma magnitude para a próxima reunião.
  • No Canadá, o banco central manteve os juros, mas encerrou o seu programa de estímulo económico via compra de bônus. O país também considera antecipar futuras subidas de juros, no caso de os gargalos de abastecimento continuarem a pressionar a inflação.
  • Estas notícias se somarão à – grande – expectativa do mercado com relação às decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que se encontra hoje. Esta manhã, o IPC preliminar da Espanha em outubro ficou pior do que o esperado (+,5,5% frente ao ano anterior, contra projeções de 4,5%). Outros dados inflacionários europeus estão para sair. Será que o BCE manterá o discurso de que a pressão inflacionária é algo transitória?

Outras variáveis

  • O mercado financeiro está dando especial atenção ao rendimento dos bônus. Ontem, a curva de rendimento destes papéis se achatou na maioria dos mercados desenvolvidos, influenciada pela inflação e a consequente a reação dos bancos centrais para combater os preços elevados, além de menores projeções de crescimento econômico.
  • Os balanços de empresas ainda estão na lista de prioridades e devem sustentar o ânimo dos investidores.

No radar

Esta é a agenda de hoje:

  • No Brasil: IGP-M de outubro (8h de Brasília); Resultados: Petrobras, Vale, Ambev, Suzano, Lojas Renner, Alpargatas, Assaí, CTEEP, Embraer, Grendene, Odontoprev, Gol, Fleury e Cia. Hering
  • No exterior: Decisão da taxa de juros do BCE (8h45 de Brasília), Coletiva de Imprensa do BCE (9h30), Decisão da taxa de juros do Japão (11h44); nos Estados Unidos: dados de seguro-desemprego e PIB trimestral (9h30).
  • Balanços: Apple, Amazon, Mastercard, Comcast, Merck, Royal Dutch Shell, Linde, Volkswagen, Starbucks, Sanofi, Caterpillar, Lloyds Banking Group, Samsung

Para amanhã, os destaques são:

  • Reunião conjunta de ministros de finanças e saúde do G-20 antes da cúpula dos líderes no fim de semana, sexta-feira (29)
  • Produção industrial preliminar de setembro e PIB preliminar do terceiro trimestre na zona do euro, Alemanha, França e Itália, sexta-feira (29)
  • IPC preliminar de outubro da zona do euro, sexta-feira (29)

Importante saber

  • O lucro da Marfrig Global Foods foi impulsionado pelo resultado recorde da subsidiária National Beef Packing nos Estados Unidos, o que compensou as baixas margens no Brasil, maior exportador mundial de carne bovina. A empresa divulgou receita líquida recorde no terceiro trimestre, acima da estimativa mais alta entre analistas consultados pela Bloomberg.
  • Algumas multinacionais com atuação no Brasil anunciaram a abertura de inscrições para programas de trainees de 2022. LafargeHolcim, Whirlpoll, BP Bunge Bionergia e outras companhias buscam jovens recém-formados para oportunidades no ano que vem. Veja mais aqui.
  • A China planeja limitar o preço do carvão térmico vendido por mineradoras com o objetivo de aliviar a crise de energia que provocou racionamento e até causou um apagão em uma grande cidade no mês passado.

Destaques da Bloomberg Línea

Opinião Bloomberg

Já houve 25 conferências das Nações Unidas sobre mudança climática desde a primeira reunião do órgão em 1995. Durante esse período, foram emitidas cerca de 894 bilhões de toneladas de dióxido de carbono – cerca de 37% de toda a poluição do efeito estufa da história da humanidade. O que nos faz pensar que a 26ª conferência, que começa em 31 de outubro, será diferente?

 Será que a COP26 vai conseguir fazer o que as outras 25 não conseguiram?

Pra não ficar de fora

O crescente clamor para que a Robinhood adicione a moeda Shiba Inu à sua plataforma impulsionou a criptomoeda a altas recordes.

O token SHIB, como é conhecido, subiu 13% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinGecko. Atualmente, é a 11ª maior criptomoeda, com valor de mercado de quase US$ 24 bilhões.

Seu valor de mercado aproximado é de US$ 24 bilhões

Uma petição no site Change.org pedindo à Robinhood para listar a Shiba Inu – uma criptomoeda meme inspirada no Dogecoin – agora conta com mais de 326 mil assinaturas. Na conferência de apresentação de resultados da empresa na terça-feira (26), o CEO da Robinhood, Vlad Tenev, disse que está “cuidadosamente” considerando adicionar novas moedas às suas ofertas.