Santander Brasil reduz ritmo de crescimento do lucro; inadimplência sobe

Em julho, quando divulgou o lucro do segundo trimestre, a taxa de crescimento era bem mais robusta, de 98,4% na base anual

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São Paulo — O lucro do Santander Brasil registrou um ritmo menor de crescimento do seu lucro no terceiro trimestre, quando viu também os índices de inadimplência seguirem um caminho de alta, cenário que o banco diz estar sob controle. As despesas com provisões de créditos também foram maiores.

De julho a setembro, a operação brasileira do banco espanhol rendeu um lucro de R$ 4,3 bilhões. O valor representa um aumento de 12,5% em um ano e de 4,1% em um trimestre. Em julho, quando divulgou o lucro do segundo trimestre, a taxa de crescimento era bem mais robusta (98,4% na base anual).

Se antes o Santander quase dobrava seu lucro em um ano, agora enfrenta um cenário macroeconômico mais desafiante, com a disparada dos juros e da inflação e até apostas em uma recessão brasileira em 2022, como alguns players começaram a precificar nesta semana.

No terceiro trimestre, os indicadores de inadimplência do Santander continuam apontando para cima. Para atrasos acima de 90 dias, os índices avançaram de 2,2% no segundo para 2,4% no terceiro, com crescimento tanto para pessoas físicas (3,2% a 3,3%) como para jurídicas (1,1% para 1,3%).

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As despesas de provisões de crédito de liquidação duvidosa do Santander Brasil totalizam cerca de R$ 4,7 bilhões, bem acima do resultado colhido no segundo (R$ 4 bilhões) e no primeiro trimestre (R$ 3,7 bilhões).

Já o material de divulgação do banco focou nas linhas positivas do seu desempenho, como o melhor nível histórico de rentabilidade (22,4%). A receita do banco avançou 16,5%, totalizando R$ 19,448 bilhões entre julho e setembro. Ante o segundo trimestre, foi uma alta menor, de 7,3%.

Também enfatizou o recorde na conquista de clientes e um acelerado ritmo de vinculação e bancarização, além da eficiência de 35,7%. “Receitas totais crescem de forma sustentável, suportadas por maior transacionalidade. Custo de crédito controlado e ancorado nos nossos modelos de risco”, pontuou.

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O banco frisou a qualidade de sua carteira de crédito. Ao detalhar as comissões, o Santander registrou maiores crescimentos percentuais na base anual com cartões (31%), seguros (19,7%), administração de fundos (30,1%) e corretagem e colocação de títulos (13,2%).

Em relação ao segundo trimestre, cresceram mais corretagem e colocação de títulos (16,6%), cartões (9,5%) e operações de crédito (5,9%). A carteira ampliada do banco totalizou R$ 526,488 bilhões no fim de setembro, alta de 13,1% na comparação anual e de 3,2% em relação ao segundo trimestre.

O desempenho do varejo também foi destacado. Pessoa física respondeu por R$ 200,157 bilhões, crescimento de 21,3% em relação a setembro do ano passado e de 5,5% na comparação com o fim do segundo trimestre.

A margem financeira bruta passou de 10,2% no segundo para 10,3% no terceiro trimestre. O banco fechou o último trimestre com R$ 12,092 bilhões em operações com clientes e R$ 2,524 bilhões em operações com o mercado, aumento de 14,8% e de 32,8%, respectivamente, na comparação anual.

Ao comentar os números em teleconferência com jornalistas, o CEO do Santander Brasil, Sergio Rial, evitou fazer previsão sobre o comportamento da inadimplência em 2022, mas considerou o cenário mais desafiante no ano que vem diante das expectativas de aumento dos juros e da inflação.

(atualizado com posição do CEO)