Bloomberg Línea — Estar nos Estados Unidos nunca foi tão importante e positivo para a Marfrig. A empresa brasileira aumentou duas vezes e meia seu lucro líquido no terceiro trimestre do ano, muito por conta da sua operação na National Beef. O lucro líquido da Marfrig entre julho e setembro foi de R$ 1,65 bilhão, resultado 148,7% acima do apresentado no mesmo período do ano passado.
O resultado recorde na América do Norte decorre de uma conjunção de fatores. O primeiro é o aumento da disponibilidade de animais, o que acaba por derrubar os preços do principal insumo da indústria. Além disso, a demanda crescente nos Estados Unidos ajudou nos preços de venda.
“O crescimento da demanda na América do Norte é justificado pela reabertura da economia americana, devido ao avanço no processo de vacinação contra COVID-19, à recomposição dos estoques da cadeia de food-service, ao cenário econômico ainda impulsionado pelos estímulos financeiros do governo federal e pela sazonalidade do período”, disse Marcos Molina, presidente do Conselho de Administração, em sua mensagem ao mercado.
Veja mais: Joint venture da Marfrig com ADM quer lançar carne vegetal em 2022
A receita total da empresa no terceiro trimestre foi de R$ 23,6 bilhões, 40,4% maior que em 2020. Desse total, R$ 16,7 bilhões vieram das operações na América do Norte, resultado que representa um crescimento de 38,9%. Os demais R$ 6,9 bilhões foram provenientes das vendas da América do Sul, valor 44,1% superior ao mesmo período do ano passado.
Apesar de percentualmente o aumento das vendas das operações da América do Sul ser maior, o resultado operacional entrega o segredo. Enquanto o Ebitda dos negócios sul-americanos recuou 40,5% para R$ 301 milhões, no lado de cima do Equador os resultados operacionais avançaram 159% para R$ 4,47 bilhões.
Na América do Sul, em especial no Brasil, o terceiro trimestre evitou que os resultados fossem ainda mais positivos. A queda na demanda por proteínas de origem animal, o menor volume de animais abatidos no Brasil e a suspensão das exportações para China criaram um ambiente que acabou por consumir as margens.
Veja mais: Brasil ainda não sabe se China aceitará carne exportada em setembro