Mercados em dúvida entre seguir toada de balanços positivos ou embolsar ganhos

Panorama com divulgação de balanços é positivo, mas futuros de ações em Nova York, que abriram em alta, mudam de rumo para realizar ganhos recentes; na Europa, bolsas seguem no vermelho, com pequena variação

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Barcelona, Espanha — Os resultados empresariais serão o grande catalisador das operações com renda variável. Até agora, a maior parte das demonstrações financeiras surpreenderam positivamente, mas qualquer balanço mais fraco, aliado a alguma surpresa na política monetária, pode levar os investidores dos dois lados do Atlântico a titubear.

Na Europa, depois de um rali de três altas consecutivas, as bolsas exibiam queda. Já os futuros de índice em Nova York operavam em alta nas primeiras horas desta manhã, mas mudaram de rumo, embora com ligeiras variações.

Recordando que...

Nas últimas sessões, os mercados de renda variável se acomodaram em uma “nova normalidade”, com preços recordes ou ciclicamente altos. Assim que não será surpresa que os investidores optem por uma realização de lucros, ainda que o panorama do mercado continue positivo.

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É certo que a maior parte das atenções está dirigida à temporada de balanços – que se mostrou muito positiva entre os mais variados setores. Porém, há outras variáveis no radar:

  • O mercado aguarda para esta semana alguns dados macroeconômicos com potencial de indicar o ritmo de expansão econômica, como níveis de estoques, índices de confiança do consumidor e também de preços.
  • Os indicadores de inflação levam os analistas a conjecturar se os bancos centrais usarão o aumento das taxas de juros para segurar a alta dos preços
  • Falando em bancos centrais, hoje o banco central do Canadá dará seu veredito sobre a política monetária do país. Amanhã, o Banco Central Europeu (BCE) debate sobre o futuro de suas taxas de juros e arbitra sobre sua estratégia para reduzir o programa de estímulo econômico em curso, que se dá via recompra de títulos. No mesmo dia, o Banco Central do Japão também se reúne. A expectativa por conhecer as investidas dos bancos centrais é grande, já que a inflação em alta, a crise energética e os problemas nas cadeiras de abastecimento pintam um cenário um pouco turvo para as economias mundiais.

E se o assunto é taxa de juros, no Brasil...

Hoje, o Banco Central (BC) anuncia o patamar para a taxa básica de juros no país. Os investidores apostam que um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, hoje a 6,25% ao ano, é o cenário base, depois que os dados mostraram que uma aceleração da inflação neste mês foi maior do que o esperado.

Gestores aumentaram suas apostas na taxa Selic, com o IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerando 1,2% na primeira quinzena de outubro em relação ao mês anterior - mais do que todas as estimativas em uma pesquisa da Bloomberg - informou o IBGE.

Ver mais: Aumento da Selic em 1,5 pp agora é cenário base com disparada da inflação

No radar dos mercados

Esta é a agenda de hoje:

  • Estoques de atacado dos EUA
  • Pedidos de bens duráveis dos EUA (9h30 de Brasília)
  • Estoques de Petróleo (11h30 de Brasília)
  • Confiança do consumidor GfK na Alemanha (novembro)
  • Confiança do consumidor da França (outubro)
  • No Brasil: IPP e taxa de desemprego (9h00), Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30) e Decisão da Selic (18h00)
  • Resultados: Nos Estados Unidos: Coca-Cola, McDonald’s, Sony, Boeing, ADP, Equinor, General Motors, Ford Motor, Bunge e Everest. No Brasil: Santander, Weg, Vivo, Gerdau, Kepler Weber, Dexco e Multiplan

Para o resto da semana, os destaques são:

Quinta-feira

  • Decisão de política monetária do Banco do Japão, briefing; decisão do BCE sobre as taxas, briefing da presidente Christine Lagarde; PIB dos EUA, pedidos iniciais de auxílio-desemprego; taxa de desemprego na Alemanha (outubro), confiança do consumidor na zona do euro (outubro); vendas ao varejo no Japão (setembro)
  • Balanços: Apple, Amazon, Mastercard, Comcast, Merck, Royal Dutch Shell, Linde, Volkswagen, Starbucks, Sanofi, Caterpillar, Lloyds Banking Group, Samsung

Sexta-feira

  • Reunião conjunta de ministros de finanças e saúde do G-20 antes da cúpula dos líderes no fim de semana; taxa de desemprego no Japão (setembro), produção industrial preliminar de setembro e PIB preliminar do terceiro trimestre na zona do euro, Alemanha, França e Itália; IPC preliminar de outubro da zona do euro; gastos pessoais de setembro nos EUA.
  • Balanços: ExxonMobil, Chevron, AbbVie, Charter Communications, Daimler, BNP Paribas, Aon, NatWest Group

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-- Com informações de Bloomberg News