Bom dia! Hoje é 27 de outubro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
Diante da possibilidade real de o Brasil viver um “apagão” de insumos nesta safra, algumas indústrias já se adiantaram para tentar minimizar os efeitos negativos da falta de suprimento. Para ganhar tempo, os produtos estão partindo de diferentes origens como China, Índia, Estados Unidos e até Europa e chegando ao Brasil de avião, com status de celebridade e segurança dedicada.
A Syngenta, multinacional de sementes e defensivos controlada pela chinesa ChemChina, liderou esse movimento. A empresa utilizou três aviões para trazer 10 toneladas de princípios ativos ao Brasil. A matéria-prima está sendo formulada para que sejam desenvolvidos os produtos que efetivamente chegarão aos agricultores.
- Procurada, a companhia, que está em período de silêncio por conta do processo de abertura de capital na China, disse por meio de sua assessoria de imprensa que está “fazendo o possível para atender os clientes e garantir o suprimento dos produtos”.
- A medida pouco usual é uma forma de tentar conter a escassez de produtos. O próprio Ministério da Agricultura já considera real a possibilidade de faltar defensivos agrícolas e fertilizantes na safra 2021/22, que já teve seu plantio iniciado. A maior preocupação é com a segunda safra, que começa a ser plantada entre dezembro e janeiro.
- Na avaliação da indústria, uma conjunção de fatores levou o mercado à atual situação. Durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados que tratou do tema, a diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Eliane Kay, disse que desde o ano passado o setor vem sentindo dificuldades pontuais, como o aumento dos custos logísticos internacionais, falta de embalagens e problemas climáticos pontuais.
Na trilha dos Mercados
Os resultados empresariais serão o grande catalisador das operações com renda variável. Até agora, a maior parte das demonstrações financeiras surpreenderam positivamente, mas qualquer balanço mais fraco, aliado a alguma surpresa na política monetária, pode levar os investidores dos dois lados do Atlântico a titubear.
Na Europa, depois de um rali de três altas consecutivas, as bolsas exibiam queda. Já os futuros de índice em Nova York operavam em alta nas primeiras horas desta manhã.
Recordando que...
Nas últimas sessões, os mercados de renda variável se acomodaram em uma “nova normalidade”, com preços recordes ou ciclicamente altos. Assim que não seria nenhuma surpresa que os investidores optassem, em algum momento do dia, por uma realização de lucros, ainda que o panorama do mercado continue positivo.
É certo que a maior parte das atenções está dirigida à temporada de balanços – que se mostrou muito positiva entre os mais variados setores. Porém, há outras variáveis no radar:
- O mercado aguarda para esta semana alguns dados macroeconômicos com potencial de indicar o ritmo de expansão econômica, como níveis de estoques, índices de confiança do consumidor e também de preços.
- Os indicadores de inflação levam os analistas a conjecturar se os bancos centrais usarão o aumento das taxas de juros para segurar a alta dos preços
- Falando em bancos centrais, hoje o banco central do Canadá dará seu veredito sobre a política monetária do país. Amanhã, o Banco Central Europeu (BCE) debate sobre o futuro de suas taxas de juros e arbitra sobre sua estratégia para reduzir o programa de estímulo econômico em curso, que se dá via recompra de títulos. No mesmo dia, o Banco Central do Japão também se reúne. A expectativa por conhecer as investidas dos bancos centrais é grande, já que a inflação em alta, a crise energética e os problemas nas cadeiras de abastecimento pintam um cenário um pouco turvo para as economias mundiais.
E se o assunto é taxa de juros, no Brasil...
Hoje, o Banco Central (BC) anuncia o patamar para a taxa básica de juros no país. Os investidores apostam que um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, hoje a 6,25% ao ano, é o cenário base, depois que os dados mostraram que uma aceleração da inflação neste mês foi maior do que o esperado.
Gestores aumentaram suas apostas na taxa Selic, com o IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerando 1,2% na primeira quinzena de outubro em relação ao mês anterior - mais do que todas as estimativas em uma pesquisa da Bloomberg - informou o IBGE.
No radar
Esta é a agenda de hoje:
- Estoques de atacado dos EUA
- Pedidos de bens duráveis dos EUA (9h30 de Brasília)
- Estoques de Petróleo (11h30 de Brasília)
- Confiança do consumidor GfK na Alemanha (novembro)
- Confiança do consumidor da França (outubro)
- No Brasil: IPP e taxa de desemprego (9h00), Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30) e Decisão da Selic (18h00)
- Resultados: Nos Estados Unidos: Coca-Cola, McDonald’s, Sony, Boeing, ADP, Equinor, General Motors, Ford Motor, Bunge e Everest. No Brasil: Santander, Weg, Vivo, Gerdau, Kepler Weber, Dexco e Multiplan
Para o resto da semana, os destaques são:
- Decisão de política monetária do Banco do Japão, briefing, amanhã (28)
- Decisão do BCE sobre as taxas, briefing da presidente Christine Lagarde, amanhã (28)
- PIB dos EUA e pedidos iniciais de auxílio-desemprego, amanhã (28)
- Reunião conjunta de ministros de finanças e saúde do G-20 antes da cúpula dos líderes no fim de semana, sexta-feira (29)
- Produção industrial preliminar de setembro e PIB preliminar do terceiro trimestre na zona do euro, Alemanha, França e Itália, sexta-feira (29)
- IPC preliminar de outubro da zona do euro, sexta-feira (29)
Importante saber
- As ações da Azul chegaram hoje a cair na B3 mais de 6%, enquanto os papéis da Gol desabaram mais de 5%, com o anúncio de uma possível greve dos aeronautas a partir de 20 de novembro. Na próxima quinta-feira (28), os sindicatos das companhias aéreas e dos profissionais têm uma reunião marcada para uma nova rodada de negociações.
- O Brasil apresentou crescimento das vagas de trabalho com carteira assinada em setembro, registrando saldo de 313.902 postos de trabalho, abaixo das estimativas de mercado, com 1.780.161 admissões e 1.466.259 desligamentos, conforme o Ministério do Trabalho e Previdência. O consenso de mercado era de saldo de 355 mil.
- O Modelo 3 da Tesla foi o veículo mais vendido na Europa no mês passado, a primeira vez que um carro elétrico superou os modelos rivais com motores a gasolina. O veículo mais acessível da montadora americana venceu os carros convencionais, incluindo o Clio da Renault e o Golf da Volkswagen, de acordo com a empresa de pesquisa Jato Dynamics.
Destaques da Bloomberg Línea
- CPI aprova texto que acusa Bolsonaro e ministros por crimes durante pandemia
- JPMorgan vê fundo do poço ‘próximo’ para bolsa brasileira
- CEO do UBS diz que clientes buscam proteção contra inflação
- Rio sem máscara: Prefeitura anuncia liberação a partir de amanhã
- Venda de cigarro sobe pela primeira vez em 20 anos nos EUA
Opinião Bloomberg
As criptomoedas ainda não conseguiram extinguir o dinheiro emitido pelo governo ou provocar a revolução mais ampla que seus entusiastas mais ardentes imaginam. Mas e se a tecnologia subjacente a elas pudesse ser aproveitada para transformar transferências de dinheiro tradicionais, por exemplo, tornando-as muito mais acessíveis e baratas para que mais pessoas ao redor do mundo possam usá-la?
Pra não ficar de fora
Autoridades chinesas disseram ao bilionário Hui Ka Yan para usar seu patrimônio pessoal como forma de aliviar a crise de dívida da incorporadora China Evergrande, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
A diretriz do governo de Pequim ao fundador da Evergrande foi comunicada depois que a empresa não cumpriu o prazo inicial de 23 de setembro para o pagamento do cupom de um título em dólar, disseram as pessoas, que falaram sob anonimato. Governos locais na China têm monitorado as contas bancárias da Evergrande para garantir que o caixa da empresa seja usado para concluir projetos de habitação inacabados, e não desviado para pagar credores, disseram as fontes.