Breakfast

Será que acabou, Zuck? As revelações dos documentos do Facebook Papers

Também no Breakfast: balanços serão os protagonistas nas bolsas, governo articula venda da Petrobras e Tesla entra para o clube do US$ 1 trilhão com aposta mundial em elétricos

26 de Outubro, 2021 | 05:55 AM
Tempo de leitura: 1 minuto

Bom dia! Hoje é 26 de outubro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

  • O Facebook tem se esforçado para atrair usuários mais jovens há mais de uma década, e alguns funcionários mais antigos estão impressionados com a incapacidade da empresa de manter os adolescentes engajados. Quando questionados por analistas sobre as perspectivas de crescimento, os executivos do Facebook costumam pintar um quadro mais otimista do que o retratado por pesquisas internas, alega um delator. Um consórcio de 17 agências de notícias dos EUA, incluindo a Bloomberg, obteve a versão editada dos textos recebidos pelo Congresso.
  • Os documentos oferecem uma visão rara e vívida de como o Facebook, sob a orientação do CEO, Mark Zuckerberg, criou um gigante da mídia social do Vale do Silício que - embora publique frequentemente vendas extravagantes e elevados lucros - não foi capaz de cumprir sua missão de oferecer aos usuários as ferramentas necessárias para construir uma comunidade e aproximar mais o mundo.

Erros da empresa estão começando a cobrar seu preço (Gabby Jones/Bloomberg)
  • Em sua própria defesa, o Facebook:
  1. indica que está desenvolvendo novos produtos e serviços para atrair usuários mais jovens;
  2. observa que o discurso de ódio representa bem menos de 1% do conteúdo geral em sua plataforma e está em declínio;
  3. diz que usa pesquisas, testes hipotéticos e outros métodos para analisar a maneira que recomenda conteúdos e melhorar os esforços para conter a disseminação de conteúdo prejudicial.
  • O Facebook também afirma que divulgou corretamente dados sobre crescimento e que os documentos que Haugen compartilhou com a SEC representam uma “seleção com curadoria” que “não pode de forma alguma ser usada para tirar conclusões justas sobre nós”.
  • Mesmo assim, os erros da empresa estão começando a cobrar seu preço. Os documentos relatam a piora do clima entre alguns funcionários e divergências sobre a melhor maneira de combater o conteúdo ruim. As ações do Facebook tiveram uma queda maior que 10% desde que o Wall Street Journal começou a publicar matérias com base nos documentos da denunciante; e legisladores, já avaliando a legislação que poderia favorecer o Facebook, estão pedindo uma supervisão ainda mais rigorosa.

Na trilha dos Mercados

Os balanços corporativos serão os protagonistas de hoje no mercado acionário. Mais de 80% dos balanços divulgados até agora nos Estados Unidos superaram as projeções dos analistas e a expectativa é de que os próximos resultados sigam pelo mesmo caminho. O panorama para as bolsas hoje é positivo: nos primeiros negócios nesta manhã, tanto as bolsas europeias quanto os futuros de índice em Nova York operavam em alta.

Um retrato dos principais mercados nesta manhã

Na Europa, a safra de balanços de bancos ditará o rumo, enquanto nos EUA outros gigantes da tecnologia apresentam seus números, com destaque para Alphabet (Google) e Microsoft.

Agenda política dando alegria

Hoje os mercados continuarão repercutindo a notícia de que os democratas americanos se aproximaram de um acordo sobre a agenda econômica multi-trilhão de dólares do presidente Joe Biden. Isso poderia permitir que a Câmara esta semana aprovasse uma lei de infraestrutura de US$ 550 bilhões.

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Novos focos de tensão do setor imobiliário chinês

No entanto, na Ásia as vendas de ações predominavam. A notícia de que outra incorporadora imobiliária, a Modern Land China Co, descumpriu o pagamento de um bônus de US$ 250 milhões embaçou a visão dos investidores. Segundo apurou a Bloomberg, as empresas chinesas estabeleceram um recorde anual de inadimplência em seus títulos emitidos em moeda estrangeira.

  • Em termos de geopolítica, o vice-primeiro-ministro chinês Liu He e a secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen conversaram sobre as preocupações comerciais e econômicas entre ambos os países – a segunda chamada em quatro meses -, o que ajudou a reforçar a confiança nos mercados.

Não custa lembrar que...

As pressões inflacionárias continuam preocupando os investidores e as reuniões programadas esta semana por vários bancos centrais serão acompanhadas de perto.

  • Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) debate sobre o futuro de suas taxas de juros e arbitra sobre sua estratégia para reduzir o programa de estímulo econômico em curso, que se dá via recompra de títulos. A expectativa por conhecer as investidas dos bancos centrais é grande, já que a inflação em alta, a crise energética e os problemas nas cadeiras de abastecimento pintam um cenário um pouco turvo para as economias mundiais.
  • O Banco Central do Japão se encontra no mesmo dia para definir o rumo de sua política monetária.

No radar dos investidores

  • Resultados: Destaque para Microsoft, Alphabet, Visa, Eli Lilly, Novartis, Texas Instruments, UPS, General Electric, UBS e Twitter; no Brasil: Klabin e Cesp
  • Venda de casas novas nos EUA (setembro), confiança do consumidor dos EUA (setembro) divulgado pelo Conference Board, índice manufatureiro do Fed de Richmond
  • Francois Villeroy, do BCE, discursa hoje
  • No Brasil, teremos o IPCA-15 (9h00)

Importante saber

Destaques da Bloomberg Línea

Opinião Bloomberg

Será que o novo smartphone do Google pode finalmente superar o iPhone? Os novos modelos, Pixel 6 e Pixel 6 Pro, têm o processador principal projetado pela Google e foram lançados a preços bastante competitivos.

StatCounter:

Pra não ficar de fora

A Tesla se juntou a um grupo de empresas de elite com valores de mercado de pelo menos US$ 1 trilhão nesta segunda-feira (25), um marco importante para a montadora liderada por Elon Musk.

Nos últimos cinco dias, a alta das ações da automobilística chega a 17,8% e no ano, a 55,9%. Com os ganhos desta segunda, o valor de mercado da Tesla atingiu US$ 1,03 trilhão, à frente de gigantes como Facebook, mas atrás de Apple, Microsoft e Alphabet.

O valor de mercado dessas empresas, líderes do setor de tecnologia, supera inclusive o PIB de alguns dos maiores países do mundo no ano passado, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).


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