Bom dia! Hoje é 26 de outubro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
- O Facebook tem se esforçado para atrair usuários mais jovens há mais de uma década, e alguns funcionários mais antigos estão impressionados com a incapacidade da empresa de manter os adolescentes engajados. Quando questionados por analistas sobre as perspectivas de crescimento, os executivos do Facebook costumam pintar um quadro mais otimista do que o retratado por pesquisas internas, alega um delator. Um consórcio de 17 agências de notícias dos EUA, incluindo a Bloomberg, obteve a versão editada dos textos recebidos pelo Congresso.
- Os documentos oferecem uma visão rara e vívida de como o Facebook, sob a orientação do CEO, Mark Zuckerberg, criou um gigante da mídia social do Vale do Silício que - embora publique frequentemente vendas extravagantes e elevados lucros - não foi capaz de cumprir sua missão de oferecer aos usuários as ferramentas necessárias para construir uma comunidade e aproximar mais o mundo.
- Em sua própria defesa, o Facebook:
- indica que está desenvolvendo novos produtos e serviços para atrair usuários mais jovens;
- observa que o discurso de ódio representa bem menos de 1% do conteúdo geral em sua plataforma e está em declínio;
- diz que usa pesquisas, testes hipotéticos e outros métodos para analisar a maneira que recomenda conteúdos e melhorar os esforços para conter a disseminação de conteúdo prejudicial.
- O Facebook também afirma que divulgou corretamente dados sobre crescimento e que os documentos que Haugen compartilhou com a SEC representam uma “seleção com curadoria” que “não pode de forma alguma ser usada para tirar conclusões justas sobre nós”.
- Mesmo assim, os erros da empresa estão começando a cobrar seu preço. Os documentos relatam a piora do clima entre alguns funcionários e divergências sobre a melhor maneira de combater o conteúdo ruim. As ações do Facebook tiveram uma queda maior que 10% desde que o Wall Street Journal começou a publicar matérias com base nos documentos da denunciante; e legisladores, já avaliando a legislação que poderia favorecer o Facebook, estão pedindo uma supervisão ainda mais rigorosa.
Na trilha dos Mercados
Os balanços corporativos serão os protagonistas de hoje no mercado acionário. Mais de 80% dos balanços divulgados até agora nos Estados Unidos superaram as projeções dos analistas e a expectativa é de que os próximos resultados sigam pelo mesmo caminho. O panorama para as bolsas hoje é positivo: nos primeiros negócios nesta manhã, tanto as bolsas europeias quanto os futuros de índice em Nova York operavam em alta.
Na Europa, a safra de balanços de bancos ditará o rumo, enquanto nos EUA outros gigantes da tecnologia apresentam seus números, com destaque para Alphabet (Google) e Microsoft.
- Ontem, o Facebook sinalizou que seu faturamento pode ser afetado pelas restrições da Apple na coleta de dados do consumidor. A empresa surpreendeu na última linha do balanço: seu lucro líquido no terceiro trimestre subiu para US$ 9,19 bilhões (US$ 3,22 por ação), contra um ganho de US$ 7,85 bilhões (US$ 2,71 por ação) no mesmo período de 2020. Os analistas projetavam, na média, US$ 3,17 por papel para este trimestre. Também é importante: o Facebook prometeu recomprar o equivalente a US$ 500 bilhões em ações, notícia que traz agitação aos negócios.
- Destaque para as ações da Tesla, que entrou para o clube do trilhão em capitalização de mercado. As ações da montadora liderada por Elon Musk atingiram ontem um recorde de US$ 998,74, o que levou sua capitalização de mercado acima de US$ 1 trilhão. A boa-nova não acaba por aqui: a Hertz Global Holdings fez um pedido de 100 mil Teslas, na primeira etapa de um plano ambicioso para eletrificar sua frota de carros de aluguel. Essa é a maior compra individual de veículos elétricos e representa cerca de US$ 4,2 bilhões de receita para a Tesla, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Agenda política dando alegria
Hoje os mercados continuarão repercutindo a notícia de que os democratas americanos se aproximaram de um acordo sobre a agenda econômica multi-trilhão de dólares do presidente Joe Biden. Isso poderia permitir que a Câmara esta semana aprovasse uma lei de infraestrutura de US$ 550 bilhões.
Novos focos de tensão do setor imobiliário chinês
No entanto, na Ásia as vendas de ações predominavam. A notícia de que outra incorporadora imobiliária, a Modern Land China Co, descumpriu o pagamento de um bônus de US$ 250 milhões embaçou a visão dos investidores. Segundo apurou a Bloomberg, as empresas chinesas estabeleceram um recorde anual de inadimplência em seus títulos emitidos em moeda estrangeira.
- Em termos de geopolítica, o vice-primeiro-ministro chinês Liu He e a secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen conversaram sobre as preocupações comerciais e econômicas entre ambos os países – a segunda chamada em quatro meses -, o que ajudou a reforçar a confiança nos mercados.
Não custa lembrar que...
As pressões inflacionárias continuam preocupando os investidores e as reuniões programadas esta semana por vários bancos centrais serão acompanhadas de perto.
- Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) debate sobre o futuro de suas taxas de juros e arbitra sobre sua estratégia para reduzir o programa de estímulo econômico em curso, que se dá via recompra de títulos. A expectativa por conhecer as investidas dos bancos centrais é grande, já que a inflação em alta, a crise energética e os problemas nas cadeiras de abastecimento pintam um cenário um pouco turvo para as economias mundiais.
- O Banco Central do Japão se encontra no mesmo dia para definir o rumo de sua política monetária.
No radar dos investidores
- Resultados: Destaque para Microsoft, Alphabet, Visa, Eli Lilly, Novartis, Texas Instruments, UPS, General Electric, UBS e Twitter; no Brasil: Klabin e Cesp
- Venda de casas novas nos EUA (setembro), confiança do consumidor dos EUA (setembro) divulgado pelo Conference Board, índice manufatureiro do Fed de Richmond
- Francois Villeroy, do BCE, discursa hoje
- No Brasil, teremos o IPCA-15 (9h00)
Importante saber
- As ações da Petrobras tiveram forte alta nesta segunda-feira após notícias de que o governo estuda uma forma de privatizar a estatal. Conforme a CNN Brasil, o presidente Jair Bolsonaro já discute com o Congresso um projeto de lei para que a União comece a se desfazer das ações da Petrobras de forma a perder o controle estatal.
- Ainda sobre a estatal, ontem foi anunciado um reajuste de 6,5% nos preços da gasolina e de 8,3% do diesel em suas refinarias. Segundo a empresa, o litro da gasolina vendida nas refinarias vai de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,21 por litro. Já o diesel passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,28 por litro.
- A Hertz Global Holdings Inc., apenas quatro meses após a falência, fez um pedido de 100 mil Teslas, na primeira etapa de um plano ambicioso para eletrificar sua frota de carros de aluguel. Essa é a maior compra individual de veículos elétricos, ou VEs, e representa cerca de US$ 4,2 bilhões de receita para a Tesla, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que não quiseram ser identificadas porque as informações são privadas.
Destaques da Bloomberg Línea
- Guedes: Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos
- Bancos globais pedem alívio das restrições de Covid em Hong Kong
- Evino compra Grand Cru e cria empresa de R$ 700 milhões
- Caminhoneiros: Pressão por nova greve cresce e governo vê risco pontual
- Facebook tem forte crescimento mas alerta para riscos do quarto trimestre
Opinião Bloomberg
Será que o novo smartphone do Google pode finalmente superar o iPhone? Os novos modelos, Pixel 6 e Pixel 6 Pro, têm o processador principal projetado pela Google e foram lançados a preços bastante competitivos.
Pra não ficar de fora
A Tesla se juntou a um grupo de empresas de elite com valores de mercado de pelo menos US$ 1 trilhão nesta segunda-feira (25), um marco importante para a montadora liderada por Elon Musk.
Nos últimos cinco dias, a alta das ações da automobilística chega a 17,8% e no ano, a 55,9%. Com os ganhos desta segunda, o valor de mercado da Tesla atingiu US$ 1,03 trilhão, à frente de gigantes como Facebook, mas atrás de Apple, Microsoft e Alphabet.
O valor de mercado dessas empresas, líderes do setor de tecnologia, supera inclusive o PIB de alguns dos maiores países do mundo no ano passado, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).