Bloomberg — A Índia quer evitar subsidiar as exportações de açúcar este ano, já que os altos preços globais devem ajudar as usinas do país a embarcarem a commodity sem ajuda financeira do governo, disse uma autoridade do Ministério de Alimentos.
Usinas e tradings devem tentar contratar mais volumes, pois os preços globais estão firmes, disse Subodh Singh, chefe do departamento de açúcar do Ministério de Alimentos, durante um seminário. A Índia, segunda maior produtora mundial de açúcar, já fechou contratos para exportar cerca de 1,8 milhão de toneladas e deve ter como objetivo vender até 7 milhões de toneladas em 2021-22 para reduzir os enormes estoques, disse na terça-feira.
Maiores vendas da Índia, que tinha cerca de 8,5 milhões de toneladas em reservas no início do mês, podem exercer pressão baixista sobre as cotações globais. Os futuros do açúcar atingiram uma máxima em quatro anos este mês com a oferta do Brasil, maior exportador mundial, ameaçada pelos altos preços da energia. Existe a preocupação de que usinas brasileiras possam usar mais cana para produzir etanol e processar menos açúcar com as safras já atingidas por secas e geadas.
A Índia deve intensificar medidas para compensar uma possível escassez de oferta global devido aos danos às safras do Brasil, disse Sudhanshu Pandey, principal autoridade do ministério que também participou do evento online, organizado pela All India Sugar Trade Association. Mas haverá desafios no caminho, acrescentou.
As usinas indianas enfrentarão a concorrência da Tailândia para exportar açúcar para a Indonésia, disse Pandey. A produção de açúcar do país é estimada em 31 milhões de toneladas nesta temporada, em comparação com o consumo local de 26,5 milhões de toneladas, de acordo com India Sugar Mills Association.
Para reduzir seu superávit, a Índia subsidia as exportações de açúcar em algumas ocasiões, especialmente quando os preços domésticos ultrapassam as cotações globais, O governo havia aprovado um subsídio de US$ 475 milhões para a temporada 2020-21.
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