COP26 dá a largada para ‘investimentos verdes’ no agronegócio

Novo fundo da AGBI lastreado em terras agrícolas vai captar R$ 300 milhões e será o primeiro a inserir a venda de créditos de carbono como parte da remuneração aos investidores

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Bloomberg Línea — A aproximação da conferência mundial sobre as mudanças climáticas, que ocorre em Glasgow entre 31 de outubro e 12 de novembro, está movimentando a indústria de fundos. Investidores e gestores acreditam que o encontro pode trazer oportunidades de retorno interessantes, como a valorização do carbono no mercado.

A AGBI está colocando no mercado um fundo de investimento com lastro em terras agrícolas com patrimônio de R$ 300 milhões. Segundo a gestora, esse será o primeiro veículo de investimento do mercado com foco no agronegócio e que oferece a venda dos créditos de carbono que serão gerados como adicional de retorno aos investidores.

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“O carbono ainda é um ativo pouco explorado. A ideia é que ele incremente o retorno do investidor, que passará a ter também essa renda adicional ao do próprio fundo em si. Acreditamos que a tonelada de carbono que tem um preço ao redor de US$ 10 possa facilmente dobrar de valor após a próxima reunião da COP”, afirma Gustavo Fonseca, um dos sócios da AGBI. O gestor lembra que o pedido pelo novo fundo veio dos próprios investidores que fizeram aportes anteriores.

Esse será o terceiro veículo de investimento lançado pela gestora desde 2012, que já tem planos para um quarto fundo em 2022, com patrimônio de R$ 400 milhões. O primeiro foi uma SA de captação, chamada Nobres AGP, que terminou seu ciclo com patrimônio de R$ 177,5 milhões e gerou um retorno de 22% ao ano, elevando em quatro vezes o capital investido.

Aliás, o processo de desinvestimento ocorreu ontem (25). A Nobre foi negociada com um produtor do Paraná, não informado pela gestora. Já o fundo dois, lançado em 2015, teve um patrimônio de R$ 75 milhões, gerou retorno de 18% ao ano e teve seu capital multiplicado por três. A expectativa é que ele seja liquidado até o fim deste ano, com a venda de quatro a cinco ativos que ainda estão na carteira.

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“O fundo três vem atender uma necessidade das empresas em compensarem suas emissões de carbono. Será o primeiro fundo que vai incluir a venda de carbono como adicional de retorno ao investidor, pois vamos conseguir medir o carbono fixado no solo”, afirma Fonseca.

O modelo de negócio da gestora consiste em comprar terras de pastagens degradadas, arrendá-las para produtores de soja, milho e algodão interessados em expandir sua produção sem a necessidade de fazer grandes desembolsos e vender essas terras depois de sete a oito anos e aproveitar a valorização. Para Fonseca, dificilmente será possível adquirir hectares úteis por R$ 10 mil como ocorreu no primeiro projeto, mas ele acredita conseguir valores de R$ 14 mil a R$ 15 mil, com expectativa de venda ao redor de R$ 40 mil.