Barcelona, Espanha — Os balanços corporativos serão os protagonistas de hoje no mercado acionário. Mais de 80% dos balanços divulgados até agora nos Estados Unidos superaram as projeções dos analistas e a expectativa é de que os próximos resultados sigam pelo mesmo caminho. O panorama para as bolsas hoje é positivo: nos primeiros negócios nesta manhã, tanto as bolsas europeias quanto os futuros de índice em Nova York operavam em alta.
Na Europa, a safra de balanços de bancos ditará o rumo, enquanto nos EUA outros gigantes da tecnologia apresentam seus números, com destaque para Alphabet (Google) e Microsoft.
- Ontem, o Facebook sinalizou que seu faturamento pode ser afetado pelas restrições da Apple na coleta de dados do consumidor. A empresa surpreendeu na última linha do balanço: seu lucro líquido no terceiro trimestre subiu para US$ 9,19 bilhões (US$ 3,22 por ação), contra um ganho de US$ 7,85 bilhões (US$ 2,71 por ação) no mesmo período de 2020. Os analistas projetavam, na média, US$ 3,17 por papel para este trimestre. Também é importante: o Facebook prometeu recomprar o equivalente a US$ 500 bilhões em ações, notícia que traz agitação aos negócios.
- Destaque para as ações da Tesla, que entrou para o clube do trilhão em capitalização de mercado. As ações da montadora liderada por Elon Musk atingiram ontem um recorde de US$ 998,74, o que levou sua capitalização de mercado acima de US$ 1 trilhão. A boa-nova não acaba por aqui: a Hertz Global Holdings fez um pedido de 100 mil Teslas, na primeira etapa de um plano ambicioso para eletrificar sua frota de carros de aluguel. Essa é a maior compra individual de veículos elétricos e representa cerca de US$ 4,2 bilhões de receita para a Tesla, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
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Agenda política dando alegria
Hoje os mercados continuarão repercutindo a notícia de que os democratas americanos se aproximaram de um acordo sobre a agenda econômica multi-trilhão de dólares do presidente Joe Biden. Isso poderia permitir que a Câmara esta semana aprovasse uma lei de infraestrutura de US$ 550 bilhões.
Novos focos de tensão do setor imobiliário chinês
No entanto, na Ásia as vendas de ações predominavam. A notícia de que outra incorporadora imobiliária, a Modern Land China Co, descumpriu o pagamento de um bônus de US$ 250 milhões embaçou a visão dos investidores. Segundo apurou a Bloomberg, as empresas chinesas estabeleceram um recorde anual de inadimplência em seus títulos emitidos em moeda estrangeira.
- Em termos de geopolítica, o vice-primeiro-ministro chinês Liu He e a secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen conversaram sobre as preocupações comerciais e econômicas entre ambos os países – a segunda chamada em quatro meses -, o que ajudou a reforçar a confiança nos mercados.
Não custa lembrar que...
As pressões inflacionárias continuam preocupando os investidores e as reuniões programadas esta semana por vários bancos centrais serão acompanhadas de perto.
- Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) debate sobre o futuro de suas taxas de juros e arbitra sobre sua estratégia para reduzir o programa de estímulo econômico em curso, que se dá via recompra de títulos. A expectativa por conhecer as investidas dos bancos centrais é grande, já que a inflação em alta, a crise energética e os problemas nas cadeiras de abastecimento pintam um cenário um pouco turvo para as economias mundiais.
- O Banco Central do Japão se encontra no mesmo dia para definir o rumo de sua política monetária.
No radar dos mercados:
- Resultados: Destaque para Microsoft, Alphabet, Visa, Eli Lilly, Novartis, Texas Instruments, UPS, General Electric, UBS e Twitter; no Brasil: Klabin e Cesp
- Venda de casas novas nos EUA (setembro), confiança do consumidor dos EUA (setembro) divulgado pelo Conference Board, índice manufatureiro do Fed de Richmond
- Francois Villeroy, do BCE, discursa hoje
- No Brasil, teremos o IPCA-15 (9h00)
Para o resto da semana, os destaques são:
Quarta-feira
- CPI da Austrália, quarta-feira; estoques de atacado preliminares dos EUA (setembro), bens duráveis dos EUA; confiança do consumidor GfK na Alemanha (novembro); confiança do consumidor da França (outubro)
- Resultados: Thermo Fisher Scientific, Coca-Cola, McDonald’s, Boeing, General Motors, Santander, Ford
Quinta-feira
- Decisão de política monetária do Banco do Japão, briefing; decisão do BCE sobre as taxas, briefing da presidente Christine Lagarde; PIB dos EUA, pedidos iniciais de auxílio-desemprego; taxa de desemprego na Alemanha (outubro), confiança do consumidor na zona do euro (outubro); vendas ao varejo no Japão (setembro)
- Balanços: Apple, Amazon, Mastercard, Comcast, Merck, Royal Dutch Shell, Linde, Volkswagen, Starbucks, Sanofi, Caterpillar, Lloyds Banking Group, Samsung
Sexta-feira
- Reunião conjunta de ministros de finanças e saúde do G-20 antes da cúpula dos líderes no fim de semana; taxa de desemprego no Japão (setembro), produção industrial preliminar de setembro e PIB preliminar do terceiro trimestre na zona do euro, Alemanha, França e Itália; IPC preliminar de outubro da zona do euro; gastos pessoais de setembro nos EUA.
- Balanços: ExxonMobil, Chevron, AbbVie, Charter Communications, Daimler, BNP Paribas, Aon, NatWest Group
As bolsas na Europa se comportavam assim na manhã de hoje:
- o Stoxx 600 Europe Index subia 0,53%, aos 474 pontos às 12h CEST (7h no horário de Brasília)
- o alemão DAX tinha valorização de 0,89%, para 15.738 pontos
- em Paris, o CAC 40 ganhava 0,53%, para 6.748 pontos
- o londrino FTSE 100 avançava 0,61%, aos 7.266 pontos
- o IBEX 35 valorizava-se 0,64%, aos 8.978 pontos
Futuros de ações nos EUA
- os contratos indexados ao índice Dow Jones subiam 0,18%, aos 35.741 pontos às 12h CEST (7h no horário de Brasília)
- o S&P 500 futuro avançava 0,47%, aos 4.566 pontos
- os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq subiam 0,90%, para 15.226 pontos
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
- em Nova York, os contratos futuros de petróleo cediam 0,66%, para US$ 83,21 por barril, às 12h CEST (7h no horário de Brasília)
Ouro
- o ouro futuro recuava 0,13%, para US$ 1.804 a onça troy
Moedas
- o euro tinha 0,06% de apreciação, cotado a US$ 1,1618
- já o iene japonês avançava 0,27%, para US$ 114,02
- a libra esterlinha subia 0,19%, para US$ 1,3791
Cripto
- o bitcoin agora ganhava 0,18%, para US$ 62,656 mil.
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-- Com informações de Bloomberg News