Bloomberg — A Saudi Aramco disse que a capacidade produtiva de petróleo está caindo rapidamente no mundo todo e que as empresas precisam investir mais em produção.
É uma “grande preocupação”, disse o CEO Amin Nasser em entrevista em Riade, capital da Arábia Saudita. “A capacidade extra está diminuindo.”
Os preços do petróleo acumulam alta de 70% este ano, para cerca de US$ 85 o barril. Muitos grandes consumidores, como Estados Unidos, Japão e Índia, pediram a produtores para bombear mais.
O déficit de oferta nos mercados de petróleo pode aumentar em 2022 se a pandemia de coronavírus for controlada e houver maior demanda por voos, disse Nasser.
Queda rápida
“Se houver recuperação da aviação no próximo ano, essa capacidade extra será esgotada”, afirmou. “Agora estamos chegando a uma situação em que há oferta limitada, tudo o que resta de excedente tem diminuído rapidamente.”
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Várias tradings de petróleo e gás têm criticado governos e ativistas climáticos por pressionarem empresas a pararem de investir em combustíveis fósseis, dizendo que isso causará escassez de energia na próxima década.
A Aramco, maior petroleira do mundo, tem investido bilhões de dólares para aumentar a capacidade diária de 12 milhões para 13 milhões de barris. A expectativa é concluir o projeto até 2027.
Muitos bancos de Wall Street e membros da Opep+ duvidam que haverá déficit de oferta em 2022. O JPMorgan Chase prevê que os mercados de petróleo devem registrar superávit de cerca de 1 milhão de barris até março em relação ao déficit atual de 1,5 milhão de barris.
O ministro de Energia da Arábia Saudita disse à Bloomberg no sábado que pode haver um “enorme aumento” dos estoques de petróleo em 2022.
“Ainda temos Covid”, disse o príncipe Abdulaziz bin Salman, justificando a recusa da Opep+ em reverter mais rapidamente os profundos cortes de produção iniciados no ano passado. “Ainda temos o combustível de aviação limitado em termos de crescimento”, disse, acrescentando que aumentar a produção agora “aceleraria o problema”.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e parceiros têm elevado a produção diária em 400 mil barris a cada mês. O grupo de 23 países, liderado pela Arábia Saudita e Rússia, se reúne em 4 de novembro para decidir se deve mudar de estratégia.
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