Miami — Durante a maior parte de sua carreira, ela foi a empresária por trás de todas as suas decisões. Por exemplo, lançar singles individualmente e espaçados, em vez de lançar um álbum inteiro, foi sua ideia. Por muito tempo, ninguém agendou suas reuniões além dela, pois ela acreditava que ninguém mais sabia o que era estar no lugar dela. Sua arte e suas performances são únicas, mas seu sucesso também é resultado de sua habilidade para negócios. Enquanto muitos artistas latino-americanos estão mais do que satisfeitos em serem famosos apenas em seu país ou na região, Anitta sempre almejou uma carreira global. Todos conhecem Anitta por sua música e por suas performances incríveis, mas aqui na Bloomberg Línea queríamos ouvir mais sobre a mulher por trás da marca. Conversamos com Anitta; confira o que ela tinha a dizer:
*Esta entrevista foi editada para fins de clareza
1. Embora seja conhecida por ser uma artista incrível, você também é uma empresária muito astuta. Como você investe seu dinheiro e por que escolheu esses meios?
Desde muito cedo me interessei por questões financeiras e por poupança para atingir os meus objetivos. Quando criança, até tive um cofre de porquinho. Então eu cresci e percebi que precisava economizar. Decidi abrir uma conta poupança, nada muito complexo, e não tinha investimentos como foco nem nada do tipo. Depois que comecei a ficar famosa, obviamente precisava de alguém para cuidar disso por mim. Hoje tenho uma pessoa na minha equipe para cuidar dos investimentos e do fluxo de caixa.
2. Você ajuda as classes mais baixas, como aqueles na comunidade em que você cresceu. Você participa de algum projeto que ensine essas pessoas como aumentar seu patrimônio?
Planejamento financeiro é muito importante, e, para mim, é uma grande motivação oferecer mais acesso à educação financeira. Por isso é bom ver o mercado também caminhando nessa direção. Além disso, a inclusão financeira está no DNA do Nubank. Foi muito bom, por exemplo, chegar na reunião do conselho e ver que a questão do acesso ao crédito no Brasil já estava na pauta para discussão. Fazia ainda mais sentido trabalharmos juntos.
3. Você passou muito tempo em Miami nos últimos anos, tendo até se apresentado aqui. Os Grutmans parecem ser o centro de sua rede de contatos aqui. Por que você decidiu se mudar para Miami agora (e não antes) e o que você espera alcançar em termos de carreira com a mudança?
Decidi me mudar para Miami para ficar mais perto de meus empresários, de produtores, rádios, redes de TV, eventos, apresentações etc. Foi uma decisão complicada. Senti que era o momento e que eu tinha de me preparar. É muito importante para a minha carreira. Os Grutmans são minha família aqui! Adoro eles.
4. Você planeja dividir o tempo entre Miami e o Brasil? Em caso afirmativo, como serão seus compromissos em cada país?
Claro! O Brasil é meu lar, tenho muitos fãs lá. Tenho minha família, minha casa, tenho tudo lá, e aqui nos Estados Unidos também. Acredito que Miami e o Brasil serão iguais para mim. Espero que sim. Na verdade, adoro Miami e também tenho um motivo para estar aqui: Miami é um lugar muito estratégico. De lá, posso ir para a Europa, México, Brasil, Los Angeles, Nova York, tudo em algumas horas.
5. Você ingressou recentemente no conselho de administração da Nubank. Como surgiu essa parceria e como você planeja contribuir?
Este convite foi uma grande surpresa e, após muita reflexão, decidi aceitá-lo. Sempre me pergunto como posso realmente contribuir para qualquer parceria que faço. Desde musicais ao conselho de um banco. Conversei muito com Cris e David – cofundadores do Nubank – e ambos me fizeram sentir muito confortável sendo quem sou e colaborando como conseguir e com base na minha experiência em negócios, empreendedorismo e com o público em geral. Como qualquer conselho, estamos discutindo os projetos e as ações do banco, e essa troca com os demais conselheiros tem sido uma experiência muito enriquecedora para mim.
6. Muitos artistas latino-americanos estão satisfeitos com o sucesso na América Latina, mas desde o início, sua ambição parecia ser global. Por que se tornar global é importante para você?
Sempre pensei em minha carreira como se tivesse etapas. Prefiro assim. Comecei a trabalhar, pesquisar e enxergar que era possível expandir minha área como cantora. Gostaria de levar minha arte e meu funk para o mundo. Fico feliz quando percebo que outros países e nações estão gostando do meu trabalho.
7. Além de novas músicas, o que podemos esperar da Anitta nos próximos 6 a 12 meses?
Uma mulher mais madura, experiente e que trabalha em outras áreas. Posso dizer que também vou descansar um pouco depois do meu álbum.
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