Caminhoneiros: Pressão por nova greve cresce e governo vê risco pontual

Aumento dos combustíveis foi o gatilho: autônomos tentam articular greve, mas maior parte da categoria está em empresas de logística

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São Paulo — O novo anúncio de aumento dos preços dos combustíveis pela Petrobras – o segundo em menos de 30 dias para o diesel e a gasolina – aumenta a pressão por uma greve de caminhoneiros a ser deflagrada em 1º de novembro. Ao menos três entidades de profissionais autônomos estão tentando mobilizar suas bases.

Segundo integrantes de dois ministérios que falaram à Bloomberg Línea sob a condição de não ter os nomes divulgados porque o assunto ainda não é público, o aumento dos combustíveis tensiona, mas não há temor de uma adesão maciça à paralisação.

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Com os aumentos de hoje, a gasolina subirá 6,5% e o diesel, 8,3%. Os reajustes refletem a política de preços da companhia influenciada pelas cotações internacionais do petróleo e taxa de câmbio.

Por meio de declarações públicas e redes de WhatsApp, as entidades que estão mobilizando para a greve são o CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), a CNTLL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) e a Abrava (Associação Brasileira dos condutores de Veículos Automotores).

Segundo as fontes ouvidas pelo governo, as entidades têm um alcance limitado dentro do universo de 750 mil caminhoneiros autônomos no país. Outros 1,3 milhão de caminhoneiros trabalham como empregados das transportadoras e empresas de logística – neste setor, não há sinal de adesão a uma paralisação por ora.

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Trata-se, no entendimento das fontes ouvidas pela Bloomberg Línea, de um cenário substancialmente diferente do enfrentado em fevereiro de 2018, quando uma greve histórica de caminhoneiros paralisou o país por 10 dias, provocando desabastecimento e derrubando o PIB.

Desde então, entidades de autônomos já convocaram paralisações em ao menos 15 ocasiões, sem conseguir repetir o feito de 2018. Em Brasília, o principal cenário de risco com que o Ministério da Infraestrutura trabalha é com bloqueios pontuais em rodovias federais – como o ocorrido depois do Sete de Setembro.

Na ocasião, a Polícia Rodoviária Federal cumpriu ordens judiciais para desbloquear vias.

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