Bloomberg — O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo não vai interferir em qualquer movimento da estatal petrolífera Petrobras para aumentar os preços dos combustíveis nos próximos dias, devido a preços globais mais elevados e moeda local enfraquecida.
Os investidores temem que o Brasil force a Petrobras a começar a subsidiar combustíveis para conter a inflação antes das eleições presidenciais do próximo ano. Bolsonaro, que falava aos repórteres no domingo em um evento transmitido ao vivo pelo Facebook, também disse que o Brasil não teria escassez de combustível como o que aconteceu recentemente no Reino Unido.
“Alguns querem que eu interfira no preço”, disse Bolsonaro, que recentemente sugeriu privatizar a Petrobras. “Já fizemos isso no passado e não deu certo.”
Os mercados brasileiros sofreram um abalo na semana passada com o temor de que o Bolsonaro aumentasse os gastos sociais e alimentasse a inflação na maior economia da América Latina. Seus planos para impulsionar os gastos com bem-estar vão quebrar uma regra fiscal fundamental, considerada essencial para manter a confiança dos investidores no país.
Embora muitos brasileiros se beneficiem claramente de assistência adicional à pandemia, o plano de ampliar os gastos corre o risco de causar mais danos ao aprofundar um aumento na inflação que só enfraqueceria a recuperação econômica morna do país.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, que acompanhou Bolsonaro no domingo, disse que privatizações, reforma tributária e reforma da administração pública ajudariam a compensar o aumento dos gastos sociais, que ele descreveu como necessário para ajudar brasileiros economicamente vulneráveis a superar a crise resultante da pandemia.
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