Bloomberg — A fabricante de tintas holandesa Akzo Nobel NV está ficando sem ingredientes para fazer alguns tons de azul. O problema ilustra uma das últimas interrupções da cadeia global de suprimentos que se espalha entre os fabricantes.
“Existe uma tonalidade básica que é extremamente difícil de obter”, disse o CEO Thierry Vanlancker em uma entrevista após a publicação dos resultados do terceiro trimestre. “Está criando um caos completo.”
Além do tom azulado, a Akzo Nobel está tendo problemas para obter a folha-de-flandres usada para fazer latas de metal, forçando a empresa com sede em Amsterdã a enviar potes vazios de um país para outro para enchê-los de tinta.
Também há dificuldades maior nas entregas de algumas tintas para paredes externas porque um aditivo necessário para torná-las impermeáveis não está disponível no momento.
Os emaranhados da cadeia de suprimentos que semearam a desordem nas indústrias estão aumentando os preços e criando escassez de alguns produtos básicos. Os fabricantes de tintas, que normalmente dependem de centenas de aditivos e produtos químicos, vêm alertando há meses sobre custos mais altos e problemas logísticos.
A Akzo Nobel disse na quarta-feira que os custos crescentes e a escassez de materiais vão durar até meados do próximo ano.
Embora a demanda esteja voltando aos níveis de 2019, já que alguns países parecem estar superando o pior da pandemia, a capacidade instalada de produção de matérias-primas não mudou, disse Vanlancker.
“Não há realmente um motivo para esse pânico estar acontecendo”, disse o CEO. “Isso deve ser uma situação transitória que pode levar de seis a nove meses para voltar ao normal, mas não há nenhuma razão fundamental para que haja um desequilíbrio duradouro entre oferta e demanda”.
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