Até 100 Clubes Europeus de Futebol têm interesse no fundo de recuperação da UEFA

As equipes indicaram uma demanda inicial de empréstimo de 2 bilhões de euros (US$ 2,3 bi) do fundo, que está sendo preparado para reparar danos financeiros causados pela crise da Covid-19

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Bloomberg — Cerca de 100 dos clubes de futebol da Europa, depois de terem sido financeiramente prejudicados pela pandemia, estão buscando acessar um novo fundo de empréstimos multibilionários que está sendo criado pela UEFA, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

As equipes indicaram uma demanda inicial de empréstimo de 2 bilhões de euros (US$ 2,3 bilhões) do fundo, que está sendo preparado pelo órgão regulador europeu do esporte, na tentativa de reparar os danos financeiros causados pela crise da Covid-19, informaram as fontes.

O dinheiro será usado inicialmente para acertar acordos de transferência em aberto, como um auxílio para clubes menores da Europa, que dependem mais da venda de jogadores para sua renda, de acordo com as fontes, que pediram anonimato já que se tratam de informações confidenciais.

A UEFA e a Associação de Clubes Europeus (ECA), que representa as equipes da região, estão dando os últimos retoques do projeto. Ele vem em resposta aos clubes europeus, que perderam cerca de 9 bilhões de euros em receita, como consequência do fechamento de estádios e temporadas mais curtas durante a pandemia.

O mecanismo de empréstimo faz parte de uma estratégia de recuperação em três frentes proposta pela UEFA, informou a Bloomberg News em agosto. O órgão esportivo também quer criar um fundo emergencial para se proteger contra crises futuras e definir novas regras sobre o fair play financeiro.

Ainda não ficou definido se um ou mais bancos ajudarão a financiar o projeto nem quais seriam as instituições. No projeto, a garantia dos empréstimos seria as receitas de transmissão para competições europeias. Espera-se que as equipes que acessarem o mecanismo tenham uma taxa de juros mais baixa do que a que está disponível no mercado de empréstimos comerciais. Os candidatos serão avaliados em métricas financeiras e esportivas.

Um representante da ECA preferiu não comentar, enquanto um porta-voz da UEFA não pôde ser encontrado para trazer mais informações.

As tensões estão aumentando no futebol europeu após uma tentativa fracassada, no início deste ano, por um grupo de um dos maiores clubes da região, de formar uma Superliga independente. Embora esse plano tenha sido rapidamente descartado por conta da forte oposição política e dos torcedores, muitos times importantes continuam desesperados em busca de uma alternativa que os dê um impulso financeiro.

“Todo mundo está tentando encontrar uma maneira diferente de arrecadar fundos”, disse Adam Sommerfeld, sócio-gerente da empresa de consultoria esportiva Certus Capital Partners.

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