São Paulo — O dólar iniciou os negócios desta sexta em forte alta após a demissão coletiva da equipe do Tesouro Nacional e em meio a dúvidas sobre a permanência do ministro Paulo Guedes no governo. A moeda americana rompeu a casa de R$ 5,70, sendo negociada a R$ 5,724, com alta de 1,14%, pouco antes das 12h.
- O CDS (Credit Default Swap) de cinco anos do Brasil atingiu 240 pontos, com alta de 6% apenas nesta sexta e no maior nível desde outubro do ano passado, informou a Bloomberg News.
- A bolsa brasileira abriu no vermelho, com o Ibovespa em baixa de 3,7%, marcando 103.731 pontos perto das 12h.
- No mercado de juros, taxas curtas e longas seguem em forte pressão pelo segundo dia seguido. A taxa do DI para janeiro de 2022 saltou de 7,886% para 8,108% indicando aumento de juros da ordem de 1,5 ponto na próxima reunião do Copom. O DI para janeiro de 2023 passou de 10,48% para 11,035%.
- O DI para janeiro de 2027, que mais reflete o risco fiscal, subiu de 11,80% para 12,29%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu que ficará no governo, de acordo com uma pessoa com conhecimento da situação, segundo a Bloomberg News. Na avaliação do ministro, sua saída acabaria ampliando a crise, segundo a pessoa, que não quis ser identificada.
Ontem, os mercados brasileiros tiveram um dia de forte pessimismo, com o Ibovespa encerrando a sessão no menor nível em quase um ano, o dólar encerrando a R$ 5,659, e a maioria dos contratos de juros com taxas acima de 10%.
A onda negativa veio após falas do ministro da economia, Paulo Guedes, e do presidente, Jair Bolsonaro, sobre a extensão de benefícios sociais e as medidas de ajuste do teto fiscal que podem ser tomadas para acomodá-los.
Como o movimento, o mercado passou a precificar alta da Selic para 1,50 ponto na próxima reunião do Copom, que acontece semana que vem, além de mais uma alta de 1,25 ponto no encontro seguinte.
(atualizado às 11h50 com dados de CDS e cotações recentes da bolsa)
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