Barcelona, Espanha — O dia desponta como ideal para a realização de lucros. As primeiras operações do dia sugerem que parte dos ganhos acumulados nas últimas sessões, respaldados pela favorável safra de balanços corporativos, voltará ao bolso dos investidores. Tanto as bolsas europeias quando os futuros de índices em Nova York operavam no vermelho esta manhã.
A evidência de que os problemas nas cadeias de abastecimento, a crise energética e a inflação mais alta ainda não afetaram as margens de lucro das empresas dissipou a ansiedade que vinha reduzindo o apetite por risco. Em apenas três semanas, o índice Dow Jones subiu 5,94%, o S&P avançou 6,01% e o Nasdaq ganhou mais de 5% - recuperando-se das perdas de sessões anteriores.
Mesmo que os investidores tenham se tranquilizado nos últimos dias, muitas preocupações ainda pairam no ar:
- o aumento dos custos das matérias-primas, sobretudo as energéticas
- a escassez de energia e o agravamento da crise com a chegada do inverno no hemisfério norte
- os problemas na cadeia de abastecimento
- a pressão que estes fatores podem exercer sobre os preços ao produtor e ao consumidor
- o ressurgimento de surtos de infecção pela Covid-19
- as dificuldades do setor imobiliário chinês e os riscos de que a crise de dívida de construtoras do país contamine outros mercados
- as perspectivas de redução do apoio monetário pelos bancos centrais mundiais
- o temor de que eventuais subidas de juros para controlar a inflação freiem a atividade econômica
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Energia em foco
O risco de que os altos preços das matérias-primas energética desequilibre o cenário macroeconômico traz preocupações. A escassez de outras matrizes energéticas tem elevado a procura por petróleo, que tem batido sucessivos recordes de preços.
- ontem a Administração Internacional de Energia (EIA, na sigla em inglês) divulgou uma inesperada queda das reservas de cru, evidenciando que a demanda continua, apesar dos altos preços. Os estoques de petróleo cru nos Estados caíram 431.000 barris na semana passada. Os de gasolina recuaram 5,37 milhões de barris, o que situa os estoques no mais baixo nível desde novembro de 2019.
- A notícia levou o tanto o WTI (+1,10%) quando o barril tipo Brent (+0,87%) a fecharem com alta, revertendo as perdas do começo do dia. Há pouco, os contratos de petróleo apresentavam queda em Nova York, mas ainda eram cotados acima dos US$ 83 por barril.
Na Ásia, o movimento de vendas também deu o tom e a maior parte das bolsas fechou no vermelho. Se renovam as preocupações sobre o risco sistêmico com a crise de dívida do grupo imobiliário Evergrande.
No radar dos mercados
- Conference Board Leading Index (que dá pistas sobre a atividade econômica), vendas de casas existentes dos EUA, pedidos de seguro desemprego, hoje (21)
- Discurso de Waller, membro do Fed (10h00)
- O presidente do Fed, Jerome Powell, participa de painel de discussão de políticas, amanhã
- Inflação no Japão, amanhã
- O Comitê Permanente NPC da China se reúne novamente para revisar, entre outros temas, os regulamentos antimonopólio do país. A série de reuniões começou na terça-feira (19) e se estende até 23 de outubro
- Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) às 9h00 de Brasília
- Receita Tributária Federal (14h00)
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As bolsas na Europa se comportavam assim na manhã de hoje:
- o Stoxx 600 Europe Index perdia 0,22%, aos 469 pontos às 12h50 CEST (7h50 no horário de Brasília)
- o alemão DAX tinha desvalorização de 0,07%, para 15.511 pontos
- em Paris, o CAC 40 caía 0,37%, para 6.680 pontos
- o londrino FTSE 100 perdia 0,52%, aos 7.185 pontos
- o IBEX 35 desvalorizava-se 0,88%, aos 8.938 pontos
Futuros de ações nos EUA
- o S&P 500 futuro retrocedia 0,23%, aos 4.517 pontos às 12h50 CEST (7h50 no horário de Brasília)
- os contratos indexados ao índice Dow Jones também caíam, -0,28%, aos 35.377 pontos
- os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq declinavam 0,13%, para 15.356 pontos
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
- em Nova York, os contratos futuros de petróleo caíam 0,66%, para US$ 82,87 por barril, às 12h50 CEST (7h50 no horário de Brasília)
Ouro
- o ouro futuro avançava 0,11%, para US$ 1.786 a onça troy
Cripto
- depois de subir nas primeiras operações do dia, o bitcoin agora perdia 0,21%, para US$ 65,832 mil.
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-- Com informações de Bloomberg News