Bloomberg — O crescimento econômico na África Subsaariana ficará abaixo do PIB mundial em parte devido à lenta distribuição de vacinas contra a Covid-19, e mais atrasos na imunização aumentam as chances de a doença se tornar um problema endêmico, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.
A economia regional deve se expandir 3,7% este ano, depois de encolher 1,7% em 2020, quando as restrições para frear a propagação do coronavírus pesaram sobre a atividade e o comércio, disse o Fundo na quinta-feira em seu cenário econômico para a África Subsaariana. A recuperação será mais lenta do que em economias avançadas, e a divergência no crescimento deve persistir até 2023, disse Abebe Aemro Selassie, diretor do departamento da África do FMI, em entrevista em 18 de outubro.
“Em vez de recuperar o atraso e diminuir a diferença de renda, a região ficará aquém de onde estava antes da pandemia”, disse. A perspectiva reflete o acesso desigual às vacinas e “diferenças marcantes” na disponibilidade de apoio de políticas, segundo o FMI.
A África é a região com a menor taxa de vacinação do mundo, com apenas 5,23% de 1,2 bilhão de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid-19, segundo dados do Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças. O cenário-base do FMI assume que apenas alguns países da África Subsaariana alcançarão ampla disponibilidade de vacinas antes de 2023, embora a demanda por doses de reforço em economias avançadas possa comprometer a oferta, disse.
“Mais atrasos na distribuição deixariam a África Subsaariana exposta a novas cepas mais virulentas do vírus, reforçando a perspectiva de que a Covid-19 acabará se tornando um problema endêmico permanente na região - inevitavelmente pesando sobre a confiança, o crescimento, e força da recuperação”, segundo o FMI.
Uma doença endêmica internacional que interfira nas atividades de empresas e famílias e afete programas regionais de vacinação poderia reduzir o PIB da África Subsaariana em 1,5% nos quatro anos a partir de 2022, de acordo com o credor.
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