Bloomberg — O Bitcoin alcançou novo recorde nesta quarta-feira (20) depois que uma forte estreia do primeiro ETF negociado em bolsa dos Estados Unidos, que está investindo em contratos futuros do token, alimentou o otimismo sobre as perspectivas do ativo digital.
A maior criptomoeda do mundo saltou 3,1% para US$ 66.084, ultrapassando o recorde anterior de abril e levando a alta acumulada em 2021 para mais de 120%. O Ether, em segundo lugar, subiu, assim como o índice Bloomberg Galaxy Crypto mais amplo.
O Bitcoin atingiu seu pico mais recente surfando numa maré de liquidez da era pandêmica, apostas especulativas e expectativas de adoção mais ampla por investidores institucionais. A viagem foi volátil: o token caiu abaixo de US$ 30.000 em junho, em meio a críticas ao seu consumo de energia e à repressão à criptomoeda da China. Em seguida, começou a se recuperar parcialmente, à medida que o setor de criptomoedas se ajustava ao movimento da China.
“É um momento de validação”, disse Jesse Proudman, cofundador e presidente-executivo da Makara, uma empresa de consultoria em criptomoedas. “Não é mais uma questão de saber se essa classe de ativos continuará a existir, mas sim uma marca realmente significativa na história da classe mais ampla de ativos digitais.”
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O primeiro fundo negociado em bolsa vinculado ao Bitcoin listado nos EUA estreou na terça-feira (19) como o segundo fundo mais negociado da história em um momento decisivo para a indústria de criptomoedas.
Mais de 24 milhões de ações do ETF ProShares Bitcoin Strategy - negociado sob o ticker BITO - foram negociados, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Com faturamento de quase US$ 1 bilhão, a estreia da BITO só ficou atrás de um fundo de carbono da BlackRock em seu primeiro dia de negociação, sendo que esse fundo de carbono teve um desempenho melhor devido aos investimentos pré-seed, de acordo com Athanasios Psarofagis, da Bloomberg Intelligence.
Os maiores proponentes do Bitcoin apoiam argumentos controversos de que a moeda virtual é uma reserva de riqueza e uma proteção contra a ameaça de inflação mais impetuosa dos últimos anos.
Wall Street
O entusiasmo de Wall Street também aumentou: o Bank of New York Mellon, o Goldman Sachs Group e o Morgan Stanley estão entre as empresas que oferecem serviços relacionados a criptomoedas. Dawn Fitzpatrick, diretora de investimentos da Soros Fund Management, disse que sua empresa possui algumas moedas e que a tendência cripto “agora é mainstream”.
Ao mesmo tempo, ainda há um longo caminho a percorrer. Por exemplo, o fundador da SkyBridge Capital, Anthony Scaramucci, disse que, embora haja um “frenesi crescente” sobre a criptomoeda entre cerca de 10% das empresas de serviços financeiros, a grande maioria está hesitante sobre a classe de ativos.
Nos últimos anos, formou-se uma nova criptoeconomia. Tokens não fungíveis (NFTs), que permitem aos detentores de arte digital e colecionáveis rastrear a propriedade, emergiram para o centro das atenções.
Finanças descentralizadas
O mesmo aconteceu com o ecossistema financeiro descentralizado, DeFi, que permite às pessoas emprestar, tomar emprestado, negociar e fazer seguro diretamente umas das outras, sem o uso de intermediários como bancos.
O recorde do Bitcoin chega a tempo do seu aniversário. A moeda digital nasceu no Halloween de 2008, com a publicação de um artigo de alguém que atendia pelo nome de Satoshi Nakamoto.
O artigo era intitulado “Bitcoin: um sistema de caixa eletrônico ponto a ponto”. Seu nascimento desencadeou uma revolução na moeda digital, que levou ao surgimento de mais de 12.000 outras moedas, segundo dados da CoinMarketCap.com. O valor total de mercado das criptomoedas ultrapassa US$ 2,5 trilhões.
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