Ação da China para aliviar crise energética pausa rali de metais

Futuros do alumínio em Xangai caíram quase 8%, enquanto o cobre também perdeu força com o menor apetite por risco

Vários departamentos do governo chinês anunciaram políticas destinadas a estabilizar o abastecimento de energia para o inverno
Por Bloomberg News
20 de Outubro, 2021 | 07:33 AM

Bloomberg — As cotações dos metais básicos perderam força em reação às várias medidas da China para enfrentar a crise de energia, que tem elevado os preços globais das commodities e ameaça o crescimento econômico.

A mudança começou na terça-feira, quando vários departamentos do governo chinês anunciaram políticas destinadas a estabilizar o abastecimento de energia para o inverno. Autoridades estudam uma intervenção no mercado de carvão para garantir preços “razoáveis”, e os futuros da commodity caíram em relação a uma máxima. Os custos mais altos da energia estão por trás do recente aumento dos preços para produtores de metais.

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O alumínio, um metal intensivo em energia cuja produção passou por grandes cortes na China, era negociado em baixa na quarta-feira: os futuros em Xangai caíram quase 8%. O cobre também perdeu força com o menor apetite por risco e medidas da Bolsa de Metais de Londres para restaurar a ordem do mercado. A bolsa abriu uma investigação sobre negociações atípicas e acionou regras raramente usadas para limitar os spreads próximos.

“O recuo dos metais se deve principalmente à queda no setor de carvão, que está afetando o ânimo”, disse Ji Xianfei, analista da Guotai Junan Futures, em entrevista por telefone de Xangai. “De outra forma, os fundamentos subjacentes para os metais continuam fortes.”

Os metais subiram nas últimas semanas impulsionados pela crise global de energia, que provoca cortes significativos da produção da China à Europa. Mas o rali dos metais estimulado pela escassez de energia também trouxe alertas sobre um possível impacto na demanda. O Citigroup disse que investidores estão preocupados com o crescimento econômico em 2022, e o desaquecimento do setor imobiliário na China traz outro obstáculo.

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“O racionamento de energia na China causou preocupação sobre a oferta de metais. Mas talvez menos óbvio seja que o racionamento de energia também afetará negativamente a demanda se a atividade manufatureira for limitada”, escreveu Luke Nickels, economista de commodities da Capital Economics, em relatório. “Achamos que o impacto da oferta vai dominar e sustentar os preços nos próximos meses.”

O alumínio mostrava queda de 1,1%, para US$ 3.079 a tonelada às 9h46 em Londres, rumo à terceira sessão de baixa. O cobre perdia 1%, enquanto zinco e níquel subiam. O Índice LMEX de seis metais básicos ampliou a baixa em relação à máxima de sexta-feira.

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