Verde compra 5,42% da Brisanet de olho no leilão do 5G

Gestora de Luis Stuhlberger poderá ter assento no conselho de administração da provedora regional de internet por fibra óptica

Por

São Paulo — A Verde Asset Management adquiriu 5,42% do capital da Brisanet, provedora independente de internet com tecnologia de fibra óptica, com atuação na região Nordeste, e que abriu capital na B3 no dia 29 de julho.

Os fundos administrados pela gestora de Luis Stuhlberger passaram a deter 24.351.500 ações ordinárias da companhia, sediada no Ceará, sem intenção de alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da provedora.

Veja mais: ‘Postura errática do governo’ tornou gestão de recursos mais complexa, diz Verde

Ao informar ao mercado sobre a aquisição de participação acionária relevante, a Brisanet disse, nesta terça-feira (19), que a Verde poderá avaliar a oportunidade e conveniência do exercício ao direito de eleição de conselheiro fiscal e/ou de administração em separado.

A Brisanet vai participar do leilão do 5G, licitação de quatro faixas de radiofrequências (700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz), marcado para o próximo dia 4 de novembro, com interesse em adquirir lote regional para cobrir com celular a região Nordeste.

Consolidação da fibra óptica

O negócio dos provedores regionais de fibra óptica, como a Brisanet, tem atraído a atenção de gestoras de private equity como a eB Capital, que tem como sócios Eduardo Sirotsky Melzer, Luciana Antonini Ribeiro e Pedro Parente, interessados na consolidação desse mercado.

Veja mais: Verde Asset, de Stuhlberger, vê ambiente complexo com política, crise hídrica e problemas de suprimento

No último dia 7, a eB Capital contratou o executivo Alexandre Moshe (ex-Decolar.com) como novo CEO e anunciou a mudança de marca, de eB Fibra para Alloha Fibra. A Alloha Fibra, que teve o início de sua operação em 2018 sob o nome eB Fibra, passa a ser a maior empresa independente de fibra óptica do país.

Somadas, as sete provedoras de banda larga contempladas na holding - Sumicity (RJ), Mob Telecom (CE), Vip Telecom (SP), Wirelink (CE), Univox (MG), Click Telecom (MG) e Ligue Telecom (PR) - totalizam 104 mil quilômetros de fibra óptica e mais de 850 mil assinantes.

Em julho, provedores regionais (Brisanet, Unifique, Desktop e WDC) lançaram suas ações com a conclusão de suas ofertas iniciais (IPO) na Bolsa, com o objetivo de levantar recursos para financiar seu crescimento. O presidente da WDC, Vanderlei Rigatieri, disse à Bloomberg Línea que ajudou a Brisanet e outras pequenas operadoras a adotar a tecnologia de fibra óptica.

Fusão

No mês passado, um grupo de provedores menores de internet chegou a questionar os termos do edital do leilão do 5G, argumentando que as regras dão vantagem às operadoras maiores de telecomunicações.

Questionado se há a possibilidade de uma fusão entre os provedores regionais de fibra óptica, o presidente institucional da Iniciativa 5G Brasil, Suelismar Caetano, disse que o consórcio já une as forças das pequenas empresas e está alinhado com fundos de investimentos que apoiam esse segmento.

Quatro faixas de radiofrequências serão ofertadas no próximo dia 4 de novembro : 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. Essas faixas funcionam como uma espécie de rodovia no ar, por meio de ondas eletromagnéticas, responsáveis pelas transmissões de TV, rádio e internet. O 5G é o padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de banda larga. É o sucessor planejado das redes 4G, que fornecem conectividade para a maioria dos dispositivos atuais. A intenção do governo federal é que até julho de 2022, as 26 capitais e o Distrito Federal tenham cobertura 5G.

Leia também

Tom é positivo nos mercados internacionais, sustentado por safra de balanços

ETF de futuros de Bitcoin dispara em estreia nos EUA

B3 vai pagar R$ 1,5 bi pela Neoway para diversificar atuação