Presidente da Ferrovia Transnordestina, da CSN, renuncia ao cargo

Conselho de administração da companhia controlada pela CSN elege Humberto da Silva para o lugar de Jorge Luiz de Mello

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São Paulo — A FTL (Ferrovia Transnordestina Logística) anunciou, nesta terça-feira (19), a renúncia de Jorge Luiz de Mello ao cargo de diretor presidente e às funções de diretor de relações com investidores e diretor de administração e finanças da companhia. Para substituir Mello, o conselho de administração da FTL elegeu, por unanimidade, Humberto Augusto Mota da Silva, que vai acumular essas funções com o atual cargo de diretor de relações com investimentos, com mandato de dois anos, a contar de hoje.

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A FTL é controlada pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), do empresário Benjamin Steinbruch. Neste ano, o governo federal anunciou um novo marco legal das ferrovias. A mineradora Bemisa, controlada pelo Opportunity do banqueiro Daniel Dantas, tem interesse em assumir o trecho de 717 km de Curral Novo (PI) até o porto de Suape (PE), a fim de escoar minério de ferro do Piauí até Suape, revelou o jornal Valor no dia 6 de setembro. Esse é um dos dois trechos da ferrovia que o governo Lula prometeu entregar em 2010, mas, com interrupções das obras, não foi concluído.

Esse é um dos contextos que envolve a mudança de comando da FTL. Ao anunciar a troca de direção, a companhia não citou razões para as alterações. Marcello Barreto Marques, diretor comercial e de operações, foi reeleito, por unanimidade, pelo conselho de administração, também para mandato de dois anos, estendendo-se automaticamente o mandato até a investidura de seu sucessor.

A FTL é uma empresa privada que transporta cargas ferroviárias e tem a concessão da Malha Nordeste da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. que foi privatizada em 1997. A linha ferroviária em operação atualmente, com 1.237 km em bitola métrica, liga os portos de Itaqui, em São Luis (MA), Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE) e Mucuripe, em Fortaleza (CE).

A FTL informa, em seu site, que movimenta cargas com 105 locomotivas e 1.377 vagões e que, em 2019, transportou 2,2 milhões de toneladas, dos quais 1,1 milhão de celulose, 563 mil de combustíveis e 275 mil de cimento.

O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) presidiu a Transnordestina entre fevereiro de 2015 até maio de 2016, prometendo destravar o projeto e acelerar a conclusão da ferrovia, cujas obras se arrastam desde o governo Lula.

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