Breakfast

Vai um cafezinho? Na Colômbia, agora o café é brasileiro: Breakfast

Também na newsletter: expectativa de balanços corporativos fortes compensa temor dos mercados com inflação; CPI da Pandemia indaga sobre responsabilidade do governo e como a Covid-19 atrapalhou os planos da Walt Disney Animation Studios

19 de Outubro, 2021 | 06:00 AM
Tempo de leitura: 3 minutos

Bloomberg Línea — Seja o turista, o visitante ou mesmo um morador local, quem entra em uma cafeteria nas ruas de Bogotá para tomar um legítimo café colombiano tem uma chance muito grande de receber uma xícara de café brasileiro. Na verdade, a cada cinco doses servidas na Colômbia, duas são preparadas com grãos produzidos e colhidos nas lavouras do Brasil.

O famoso café colombiano está ficando cada vez mais raro na Colômbia e para dar conta de atender sua demanda doméstica, o país tem elevado cada vez mais a necessidade de trazer grãos de outras origens. Neste ano, a produção colombiana de café deve ficar em 14,1 milhões de sacas. Desse total, 13,5 milhões, ou seja, mais de 95% devem ser exportadas, especialmente para os Estados Unidos e Europa.

Na trilha dos Mercados

Sem notícias de relevo no cenário macroeconômico, os investidores voltam a direcionar o foco sobre os resultados corporativos programados para esta semana. As preocupações em torno de uma inflação elevada e persistente continuam no front. Porém, muitos investidores já colocaram no preço uma elevação dos juros pelos principais bancos centrais, uma das fórmulas clássicas para controlar a inflação, apesar dos riscos de esfriar o ritmo de crescimento econômico nestes tempos de pandemia.

Neste sentido, o mercado espera reunir pistas sobre as próximas investidas de política monetária dos bancos centrais – inclusive como concretizarão os planos de reduzir a injeção de liquidez nos mercados mediante a recompra de ativos. Jerome Powell, presidente do Fed, fala em um evento nesta semana e pode dar alguma indicação sobre os planos da instituição.

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Na Ásia, as bolsas fecharam em alta graças ao impulso do setor tecnológico. Porém, as questões derivadas do grupo Evergrande, imerso em uma crise de dívida de US$ 300 bilhões, ainda estão no radar. Hoje, vence uma dívida em moeda local do promotor imobiliário.

Mercados asiáticos em alta

O petróleo segue para o alto e avante, acima dos US$ 83 por barril no mercado futuro. A escassez de gás natural tem elevado a demanda por produtos derivados do petróleo para a geração de energia. Além do impacto da alta das commodities ao consumidor final, os investidores também monitoram, nesta safra de balanços, se a crise energética e a disparada dos preços já estão afetando as margens de lucro das companhias.

O bitcoin continua registrando máximas históricas, amparado pelo otimismo com o lançamento do primeiro ETF (exchange-traded fund) de futuros de Bitcoin dos Estados Unidos.

Os principais mercados nesta manhã

Agenda do dia

  • Nos Estados Unidos, discursos dos membros do FOMC Bowman (14h15) e Bostic (15h50), e dirigentes do Federal Reserve, Waller (16h00)
  • Construção de novas casas nos EUA hoje
  • O Comitê Permanente NPC da China inicia uma reunião hoje que se estende até 23 de outubro. Uma revisão dos regulamentos antimonopólio está na ordem do dia
  • Federal Reserve divulga o Livro Bege amanhã (20)
  • Inflação no Reino Unido e no Canadá, também amanhã (20)
  • Estoques de petróleo bruto divulgados pela Administração Internacional de Energia (EIA, na sigla em inglês), amanhã (20)
  • Vendas de casas existentes dos EUA, amanhã (20)
  • Preços imobiliários na China e taxas de juros dos empréstimos, amanhã (20)
  • O presidente do Fed, Jerome Powell, participa de painel de discussão de políticas, sexta-feira
  • Inflação no Japão na sexta-feira
  • Balanços americanos serão acompanhados de perto, incluindo AT&T, Barclays, Johnson & Johnson, Netflix e Tesla
  • No Brasil, destaque vai para dados de conta corrente e investimento estrangeiro na sexta-feira

Enquanto você dormia

A CPI da Pandemia deverá concluir seus trabalhos no próximo dia 26, com a votação do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL). A leitura do relatório estava prevista para esta terça, mas foi adiada para a quarta (20). A votação ficou para a semana seguinte.

De acordo com o relator, o presidente Jair Bolsonaro deverá ser apontado como responsável de ao menos 11 crimes – ainda há dúvidas sobre a imputação ao presidente por genocídio de povos indígenas, por conta da pandemia, de acordo com senadores que integram o G7, grupo de oposicionistas que dominou a pauta da CPI.

Lenços brancos na praia de Copacabana homenageiam brasileiros mortos pela Covid-19
  • Na segunda-feira (18), a CPI ouviu familiares de vítimas da Covid-19. Depoimentos emocionados de familiares ganharam as redes sociais e o noticiário dos canais de notícia – gerando desgaste para o presidente.
  • Filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) reagiu contra a estratégia de levar as vítimas à comissão para depoimentos transmitidos ao vivo: “O que estamos vendo é macabro, triste e lamentável. Pessoas foram escolhidas a dedo para virem à CPI e falarem mal do presidente Bolsonaro. Pessoas com histórico de militância contra Bolsonaro (...) É um desrespeito com as quase 600 mil vítimas deste vírus aqui no Brasil”.
  • Aqui neste link estão as principais questões envolvendo a CPI, que apurou a responsabilidade do governo federal na gestão da crise da Covid-19, doença que provocou a morte de 603 mil pessoas desde o ano passado.

Veja mais: Sete fatos para entender o que está acontecendo com a Prevent Senior

Importante saber

Destaques da Bloomberg Línea

Opinião Bloomberg

Melhor não contar com aquela promoção da Black Friday. No fim do ano, as lojas não vão competir com seu melhor preçoa vantagem será a disponibilidade do estoque. Com os consumidores empolgados (por enquanto), há pouca necessidade de simular a demanda, pois a escassez de oferta e os custos mais altos de frete e mão de obra levarão os varejistas a proteger as margens. Isso resultará em menos promoções no setor.

Pra não ficar de fora

Empresa repagina seu calendário para 2022

A Walt Disney adiou vários filmes, incluindo os filmes do Doutor Estranho e do Thor, da Marvel, e retirou outros de sua programação futura, mostrando que o Covid-19 continua atrapalhando os planos da indústria do cinema. Doutor Estranho no Multiverso da Loucura agora deve estrear em 6 de maio de 2022 (anteriormente, a estreia estava prevista para 25 de março); já Thor: Amor e Trovão deve estrear em 8 de julho, segundo declaração da empresa na segunda-feira (18). A data original de estreia era 6 de maio.

A bilheteria tem se recuperado lentamente das interrupções causadas pela pandemia e pelos temores de infecção, levando alguns estúdios a lançar novos filmes on-line e nos cinemas ao mesmo tempo. Contudo, a Disney se comprometeu a lançar seus filmes remanescentes para 2021 exclusivamente nos cinemas.

Pantera Negra: Wakanda para Sempre passou de 8 de julho para 11 de novembro de 2022. E uma sequência ainda sem nome de Indiana Jones será lançada em 30 de junho de 2023, quase um ano após a data original de 29 de julho de 2022, entre outras mudanças anunciadas pelo estudio
Michelly Teixeira

Periodista con más de 20 años como editora y reportera. En sus 13 años de España, trabajó en Radio Nacional de España/RNE y colaboró con una agencia de noticias internacional. En Brasil, pasó por las redacciones de Valor, Agencia Estado y Gazeta Mercantil. Tiene MBA en Finanzas, postgrado en Marketing y el Master en 'Digital Business' de ESADE.

Igor Sodré

Jornalista com formação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com experiência na cobertura de cultura e economia, tendo como foco mercado financeiro e companhias. Passou pela Bloomberg News e TradersClub.