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Faria Limers, avante - a volta dos escritórios por quase o dobro do preço: Breakfast

Na newsletter: PIB chinês sugere que crises energética e imobiliária começam a afetar economia, enquanto petróleo em alta é o destaque do dia

18 de Outubro, 2021 | 05:48 AM
Tempo de leitura: 2 minutos

Bloomberg Línea — O otimismo gerado pelos fortes resultados financeiros corporativos não foi capaz de sustentar as primeiras operações da semana. Dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da China sugerem que as crises enérgica e imobiliária já respingam na economia. Além disso, a disparada nos preços do petróleo renova o entendimento de que a inflação elevada pode ser mais persistente do que o imaginado.

A crise de dívida detonada pelo grupo Evergrande e a escassez de eletricidade reduziram o crescimento econômico chinês no último trimestre, com sinais de que haverá mais repercussões negativas com a chegada do inverno e novas restrições imobiliárias. O produto interno bruto da China cresceu 4,9% frente ao ano passado, ante 7,9% no trimestre anterior. O número veio ligeiramente abaixo do consenso de 5,0% dos analistas.

Porém, Pequim sinalizou que não tem pressa para estimular a economia, sugerindo que o crescimento pode continuar a desacelerar nos próximos meses. A sinalização traz incertezas à demanda do país por commodities relacionadas à construção.

A maioria das bolsas asiáticas terminou com perdas. Os mercados declinavam na Europa e no mercado futuro de índices em Nova York.

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Os principais mercados nesta manhã

Ainda na China, a produção industrial de setembro também se situou abaixo das expectativas, com um avanço de 3,1% frente ao ano anterior, enquanto o consenso do mercado era de 3,8%. Por outro lado, as vendas ao varejo saíram melhores do que o esperado, +4,4%, contra projeções de 3,5%. E a taxa de desemprego recuou para 4,9%, surpreendendo os analistas, que estimavam uma média de 5,1%.

Petróleo em alta

Outro fator que deixa o mercado atento é o forte avanço das matérias-primas energéticas, que encadeiam várias sessões de alta expressiva e vêm batendo sucessivos recordes.

  • Os contratos futuros de petróleo tinham sua oitava alta semanal, cotados a mais US$ 83 esta manhã e alcançando seu máximo desde 2014. Já o barril tipo Brent se aproximava dos US$ 86.
  • A persistência desse movimento de alta renova as preocupações do mercado com relação à alta dos preços ao consumidor final – e como a redução do poder de compra afetará as economias ao redor do globo.
  • Lembrando que a Europa vem padecendo de uma crise energética e a chegada do inverno no hemisfério norte aumentará a demanda por commodities de energia, o que tende a elevar ainda mais os preços destas matérias-primas.

Falando em inflação…

Neste fim de semana, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, enviou um sinal de que a autoridade monetária está se preparando para subir as taxas de juros pela primeira vez desde o início da pandemia. Ele disse acreditar que o recente salto da inflação é temporário, mas destacou que o preço da energia se acelerará e aumentará os riscos inflacionários. Nesse sentido, ele deixou claro que o banco central estará pronto para atuar.

Na agenda do dia:

  • Produção industrial dos Estados Unidos, hoje
  • Construção de novas casas nos EUA, amanhã
  • Federal Reserve divulga o Livro Bege na quarta-feira
  • Inflação no Reino Unido e no Canadá, também quarta
  • Estoques de petróleo bruto divulgados pela Administração Internacional de Energia (EIA, na sigla em inglês), quarta-feira
  • No Brasil, destaque vai para dados de conta corrente e investimento estrangeiro na sexta-feira
  • O presidente do Fed, Jerome Powell, participa de painel de discussão de políticas, sexta-feira
  • Inflação no Japão na sexta-feira
  • Balanços americanos serão acompanhados de perto, incluindo AT&T, Barclays, Johnson & Johnson, Netflix e Tesla

Enquanto você dormia

Birmann 32
  • Geograficamente, a região da Faria Lima é um retângulo de cerca de 450 mil metros quadrados, entre a avenida 9 de Julho e a Rua Elvira, depois da JK. Neste espaço, equivale a um terço da área do Ibirapuera, estão 26 empreendimentos de alto padrão com pouco mais de 465 mil m² e a nata do capitalismo brasileiro.
  • No ano passado, com a pandemia, o preço da locação em prédios das classes A+ e A da região estava na casa dos R$ 165/m². No final do setembro, segundo o dado da SiiLA, empresa com atuação em dados e análises do mercado imobiliário da América Latina, a média do preço pedido na Faria Lima era de R$ 183,88/m² – é quase o dobro do valor pedido por m² em prédios da mesma categoria que a média das demais regiões corporativas de São Paulo (R$ 95,05).
  • Alguns negócios de locação – em prédios icônicos da Faria Lima – têm sido fechados a um patamar acima dos R$ 230/m2 nos últimos dias.
  • Em setembro, Blue Macaw e a Catuaí Asset compraram seis dos 18 andares do famoso Pátio Victor Malzoni (9.500 m²). Destes, quatro andares estão alugados ao Google e os outros dois para locatários diversos. A transação envolveu de R$ 350 milhões. O prédio também abriga a sede do BTG Pactual.

Importante saber

Destaques da Bloomberg Línea

Opinião Bloomberg

Os debates sobre a inflação foram dominados pelas consequências da pandemia e da reabertura econômica, e a maioria foi considerada transitória: os preços da madeira e de carros usados no primeiro semestre do ano, e o custo do frete marítimo mais recentemente. O aumento dos alugueis de imóveis também deve ser contemplado nos dados de inflação. Contudo, o risco de inflação mais subestimado é o aumento dos salários.

Mesmo com o número decepcionante de empregos criados no relatório divulgado na semana passada, a renda dos trabalhadores continuou a aumentar rapidamente em setembro, e esses aumentos são mais propensos a persistir. Não devemos esperar que a inflação retorne a 2% até que o crescimento dos empregos ou o aumento do salário desacelere.

Pra não ficar de fora

Nova série da Netflix, Round 6, pode agregar milhões de dólares à companhia de streaming
  • A Netflix estima que seu mais recente sucesso, “Round 6″, criará quase US$ 900 milhões em valor para a empresa, de acordo com números vistos pela Bloomberg, ressaltando a sorte inesperada que a série pode gerar na era do streaming.
  • A empresa difere dos estúdios de cinema e das redes de TV por não gerar vendas com base em títulos específicos, em vez disso, usa seu catálogo e uma batida constante de novos lançamentos para atrair os clientes todas as semanas. Mas a empresa possui uma riqueza de dados sobre o que seus clientes assistem, que os usa para determinar o valor derivado de programas individuais.
  • “Round 6″ se destaca tanto por sua popularidade quanto por seu custo relativamente baixo. O programa sul-coreano, sobre pessoas endividadas em uma competição mortal por um prêmio em dinheiro, gerou um impacto de US$ 891,1 milhões, uma métrica que a empresa usa para avaliar o desempenho de programas individuais. O programa custou apenas US$ 21,4 milhões para ser produzido - cerca de US$ 2,4 milhões por episódio.
Michelly Teixeira

Periodista con más de 20 años como editora y reportera. En sus 13 años de España, trabajó en Radio Nacional de España/RNE y colaboró con una agencia de noticias internacional. En Brasil, pasó por las redacciones de Valor, Agencia Estado y Gazeta Mercantil. Tiene MBA en Finanzas, postgrado en Marketing y el Master en 'Digital Business' de ESADE.

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.