Foxconn, parceira da Apple, revela os primeiros veículos elétricos

Empresa americana tem considerado expandir para o ramo de veículos e empresa taiwanesa pode entrar no projeto secreto

Por

Bloomberg — A Foxconn Technology revelou seus primeiros veículos elétricos, um marco que poderia impulsionar as credenciais da fabricante de eletrônicos taiwanesa, tornando-a assim uma séria candidata para o projeto automotivo secreto da Apple.

Os modelos SUV e sedan apresentados na segunda-feira (18) são veículos-conceito, que a fabricante planeja montar para clientes automotivos, em vez de vender sob sua própria marca. Executivos como Young Liu, presidente da unidade principal da Foxconn, Hon Hai Precision Industry, exibiram os veículos no evento Technology Day da empresa, em Taipei.

A Foxconn é a maior montadora de iPhones, o que a coloca em posição de vantagem para possível parceria de montagem com a Apple, já que a empresa norte-americana tem considerado expandir para o ramo de veículos. Como parte de sua investida agressiva em carros, a Foxconn decidiu, no final de setembro, gastar US$ 280 milhões na compra de uma fábrica de automóveis em Ohio, da startup em apuros, Lordstown Motors.

“Já passamos da fase de recém-chegados neste mercado”, disse Liu. “Construímos gradualmente uma cadeia de suprimentos para veículos elétricos e demonstramos a confiabilidade de nosso equipamento.”

A Yulon Motor, também de Taiwan, será a primeira cliente de carros elétricos da Foxconn, disse Lilian Chen, presidente da Yulon, no evento de Taipei. O sedã elétrico da Yulon construído pela Foxconn tem a previsão de ser comercializado por menos de NT$ 1 milhão (US$ 35.700), segundo Liu. A Foxconn também apresentou seu ônibus elétrico, que será entregue a uma empresa de transporte local no próximo ano.

As ações da Hon Hai caíram 1,8% em Taipei, e a Yulon perdeu 4,8%.

ACONTECENDO AGORA: Foxconn, parceira do iPhone da Apple, revela seus primeiros veículos elétricos em Taipei. Os modelos SUV e sedan são veículos elétricos conceituais, que a fabricante planeja montar para clientes automotivos, em vez de vender sob sua própria marca

A Foxconn está entre as empresas de tecnologia que vêem o ramo de veículos elétricos como fonte de crescimento, indo além da montagem de eletrônicos com baixa margem de ganhos. O acordo de Ohio representa um salto para a Foxconn, trazendo capacidade de montagem, equipamento e talento, escreveu Carrie Liu, analista do Citigroup, em nota recente. A empresa está no processo de escolher o local para uma fábrica de automóveis na Europa, disse Liu.

O carro da Apple seria a cereja do bolo para qualquer empresa que se proponha a fabricar veículos elétricos. O relacionamento sólido com a gigante de eletrônicos de consumo dos EUA é uma grande vantagem a favor da Foxconn. A parceria de anos se expandiu conforme a Apple adicionou categorias de produtos, e a empresa agora é responsável por cerca de 50% das vendas anuais da Foxconn.

Um automóvel da Apple é algo que ainda está a anos de distância e a empresa passou por alguns contratempos recentemente, incluindo a saída do responsável pelo seu projeto automobilístico, que foi para a Ford. Há alguns anos o carro elétrico tem sido um paradoxo na Apple: é um de seus produtos mais esperados, no entanto, a empresa não divulga praticamente nada sobre o tema.

A Foxconn ainda não iniciou as vendas de nenhum veículo após a estreia de sua plataforma de veículos elétricos no ano passado. Ela planeja iniciar a produção em massa da picape elétrica Endurance, em Lordstown, em Ohio, no mês abril, segundo fonte familiarizada com a programação da empresa.

Por outro lado, montadoras como Tesla, Volkswagen e Hyundai já estão produzindo modelos elétricos em grande escala e gastando bilhões de dólares no desenvolvimento e capacidade dos produtos.

Ainda assim, a Foxconn fez alguns progressos. Ela tem um acordo de fabricação com a Fisker e uma parceria com o conglomerado estatal tailandês, PTT. Também fechou acordos com a Stellantis e a Zhejiang Geely.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Burger King quer virar ‘foodtech’ com aposta em dados e ‘ghost kitchen’, diz CEO

Indústria de energia eólica tem espaço para crescer, mas depende de governos