Summers defende retirada mais rápida de estímulo pelo Fed

Na ata da última reunião de política monetária, o Federal Reserve anunciou que planeja começar a reduzir as compras de ativos em novembro ou dezembro

“O Fed deveria agir para apertar muito mais cedo”
Por Simon Kennedy
15 de Outubro, 2021 | 02:58 PM

Bloomberg — O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Lawrence Summers pediu uma redução mais rápida do programa de compras de títulos de US$ 120 bilhões mensais do Federal Reserve, diante das evidências de inflação persistentemente alta.

“Vemos a inflação mais disseminada em uma gama mais ampla de produtos, atingindo os mercados de habitação e de trabalho”, disse Summers ao programa “Wall Street Week” da Bloomberg Television. “Estou alarmado há muito tempo e mais alarmado agora.”

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Essa inflação mais generalizada requer uma resposta do Fed, disse Summers, que é colunista da Bloomberg. O banco central está atrasado e “deve reduzir mais rapidamente do que estão falando”, disse sobre o estímulo.

Há dois dias, na ata de sua última reunião de política monetária, o Fed anunciou que planeja começar a reduzir as compras de ativos em novembro ou dezembro, terminando o processo em meados de 2022.

“O Fed deveria agir para apertar muito mais cedo”, disse Summers, acrescentando que o relatório do índice de preços ao consumidor no início da semana foi “muito perturbador” e que os chamados indicadores medianos da inflação estão “pegando fogo”.

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O governo informou na quarta-feira que os preços ao consumidor subiram 5,4% em setembro, o maior aumento anual desde 2008.

Summers também reiterou que o Fed deve resistir aos apelos para tentar combater a mudança climática e buscar resolver problemas sociais.

“O Fed deve se ater a suas responsabilidades pelo desempenho macroeconômico”, afirmou. “Quando vejo que começa a ampliar muito para a justiça social ou para as questões climáticas, fico nervoso, especialmente por não achar que tenham tudo sob controle em relação às suas responsabilidades básicas de capital sólido e baixa inflação.”

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