O Grupo Pão de Açúcar (GPA) decidiu vender 71 lojas dos hipermercados Extra para a rede atacadista Assaí em uma transação estimada em R$ 5,2 bilhões, informaram as empresas na noite desta quinta. A transação marca o recuo estratégico do grupo varejista do segmento de hipermercados, negócio que perde receita há vários anos particularmente nas grandes cidades.
O GPA e o Assaí são controlados pelo grupo varejista francês Casino.
De acordo com o comunicado, o Assaí devera pagar R$ 4 bilhões ao GPA de forma parcelada, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2024, pelas unidades dos hipermercados.
Paralelamente, o GPA fechou também a venda de 17 imóveis próprios de alguns dos hipermercados para um fundo de investimento por R$ 1,2 bilhão. O Assaí concordou em alugar os imóveis do fundo por um prazo de 20 anos, renováveis pelo mesmo período.
Este segundo negócio contou com a interveniência e garantia do Assaí. “A garantia do Assaí consiste na obrigação de pagamento pelos imóveis caso o fundo não cumpra o prazo acordado”, afirma o comunicado.
Para Jorge Faiçal, CEO do GPA, a transação acelera a expansão dos negócios de maior rentabilidade do grupo nos segmentos premium e de proximidade com as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra. “A bandeira Extra Hiper será descontinuada e as lojas não abarcadas pela transação serão convertidas em formatos com maior potencial de rentabilidade”, disse, em nota.
“Este movimento é suportado pelo comprovado modelo de sucesso implementado na abertura de mais de 150 lojas na última década, das quais mais de 25 lojas oriundas do Extra Hiper, sendo que estas apresentaram rápida maturação de vendas e resultado superior à média da companhia”, disse Belmiro Gomes, CEO do Assaí, em nota.
Os pontos comerciais estão localizados em diversas localidades no país em imóveis próprios do GPA e de terceiros, segundo o comunicado.
Segundo o comunicado, como o controlador de ambas empresa é o Casino, a transação foi aprovada exclusivamente com o voto de conselheiros independentes do GPA e do Assaí nas respectivas reuniões de conselho de administração.
A transação está sujeita a aprovações regulatórias e determinadas condições contratuais
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