Bloomberg — Os metais básicos sobem novamente por conta da escassez global de energia, que continua a atingir os suprimentos, aumentando a pressão sobre os fabricantes e alimentando as preocupações sobre a inflação persistentemente alta.
O zinco atingiu o pico de 6,3%, para um recorde em 14 anos, depois que a maior produtora, Glencore, informou que estava cortando a produção em três fábricas europeias por causa da alta nos preços da energia. O alumínio - um metal que, em especial, consome altos níveis de energia - aumentou 62% neste ano. O cobre ampliou os ganhos para além de US$ 10.000 a tonelada, depois que quedas acentuadas nos estoques apontaram para uma pressão cada vez mais crítica na oferta global.
Veja também: Metais avançam com crise de energia liderados por zinco
Os ganhos desta sexta-feira (15) ocorreram depois que o índice de referência de seis metais básicos na London Metal Exchange subiu para um pico histórico na quinta-feira (14). O zinco está a caminho de um ganho recorde de 18% por semana, já que as fundições europeias se juntaram às fábricas chinesas na redução da produção devido à crise energética.
Alguns produtores estão tentando administrar cortes de eletricidade, enquanto outros estão cortando a produção por conta do aumento nos custos de energia, que supera a alta nos mercados de metais. A combinação de altos custos de energia e o amplo avanço em commodities neste ano está nutrindo preocupações de que o risco de inflação possa durar mais tempo do que o esperado, obscurecendo o horizonte para os governos e ameaçando uma recuperação na economia global.
Os cortes de zinco da Glencore ocorreram logo após o anúncio, no início desta semana, de que a Nyrstar - outro grande produtor - cortaria a produção em três fundições europeias em até 50% devido ao aumento dos preços da energia e dos custos associados às emissões de carbono. Enquanto isso, a Matalco, maior produtora de alumínio dos Estados Unidos, vem alertando os clientes que pode reduzir a produção e racionar as entregas já no próximo ano, em meio a uma escassez de magnésio.
O cobre deve ter seu maior ganho semanal desde 2016 e está cada vez mais atrasado com o encolhimento dos estoques globais, devido à recuperação da demanda e ás interrupções causadas pela pandemia. O Grupo Rio Tinto disse hoje (15) que o início de seu projeto Oyu Tolgoi, na Mongólia, foi adiado por pelo menos três meses depois que as restrições relacionadas à Covid prejudicaram seu progresso.
O cobre subiu 1,9% para US$ 10.174 na LME. O níquel avançou 2,6%. Os futuros de alumínio em Xangai fecharam em valor recorde.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Summers defende retirada mais rápida de estímulo pelo Fed
Petróleo Brent atinge US$ 85 e mira sexta semana de ganhos
Eleições 2022: Lula prepara discurso para mercado
© 2021 Bloomberg L.P.