Barcelona, Espanha — As bolsas europeias e os futuros de índices nos Estados Unidos seguem nas primeiras operações desta sexta-feira o movimento de alta encadeado ontem, embora a um ritmo mais moderado. As primeiras divulgações de balanços de bancos permitiram ao mercado mudar de toada. A preocupação com a inflação ainda sobrevoa os negócios, mas os fortes resultados empresariais deram a deixa para os investidores irem às compras. Bancos, empresas de energia e varejistas lideram os ganhos em ações europeias.
Os mercados da Ásia, que fecharam com forte valorização, também deram sua contribuição ao otimismo no ocidente. A China está facilitando as condições de acesso a empréstimos imobiliários a alguns de seus maiores bancos, segundo a Bloomberg. O banco central do país também tem injetado recursos para manter a liquidez do sistema financeiro. As medidas deram ao mercado alguma tranquilidade com relação aos esforços para evitar um contágio da crise de dívida do grupo Evergrande.
Outras razões para o otimismo nos mercados
- Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caíram ao nível mais baixo desde março de 2020 na semana passada, o que mostra que os empregadores estão tentando manter seus funcionários em meio a um mercado de trabalho muito concorrido. Totalizaram 293 mil na semana encerrada em 9 de outubro – representando uma diminuição de 36 mil em comparação à semana anterior, segundo dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Esta é a primeira vez desde o início da pandemia que os pedidos do subsídio se situam abaixo dos 300 mil. A estimativa média aferida em uma pesquisa da Bloomberg com economistas projetava uma ligeira redução para 320 mil pedidos.
- Os preços ao produtor nos EUA subiram em setembro a um ritmo mais moderado, já que os custos de serviços como tarifas aéreas caíram pela menor demanda. Houve uma alta de 0,5% frente ao mês anterior e de 8,6% comparativamente ao mesmo intervalo de 2020. Os resultados ajudaram a aliviar os temores de estagflação.
Porém...
Ainda que os resultados financeiros tenham eclipsado as preocupações sobre a alta dos preços – e seus efeitos sobre a recuperação econômica -, o tema seguirá na pauta. Atenção especial para estas duas notícias, que podem trazer repercussões à inflação no curto e médio prazos.
- O petróleo se dirigiu ao seu oitavo ganho, a mais longa corrida desde 2015, tensionado pela crise energética que ganhou proporções mundiais. Os futuros em Nova York chegaram a superar os US$ 82 por barril, enquanto o Brent esteve perto de ultrapassar a marca dos US$ 85 pela primeira vez desde 2018. A escassez de gás natural Europa e na Ásia está impulsionando a demanda por produtos petrolíferos. Os preços recordes do gás podem forçar um aumento no consumo de petróleo de cerca de 500 mil barris por dia nos próximos seis meses, declarou a Agência Internacional de Energia.
- Os preços de fábrica na China subiram no ritmo mais rápido em quase 26 anos em setembro, o que deve aumentar a pressão sobre a inflação global se empresas chinesas começarem a repassar os custos mais altos aos consumidores. O índice de preços ao produtor avançou 10,7% em relação ao ano anterior, acima das previsões e atingindo o maior nível desde novembro de 1995, puxado pelos custos do carvão e de outras commodities.
Na agenda do dia
- No Brasil: IGP-10 de outubro; IBC-Br (9h00); Vencimento de opções sobre ações
- Nos Estados Unidos: Vendas no Varejo (9h30), estoques comerciais dos EUA e a confiança do consumidor da Universidade de Michigan
- Goldman Sachs, Charles Schwab e PNC Financial apresentam suas demonstrações financeiras
- Estão programadas intervenções de James Bullard e John Williams, presidentes do Fed em Sant Louis e em Nova York, respectivamente. Eles são conhecidos por serem dos membros mais “hawkish”, mais propensos a políticas monetárias enérgicas, por exemplo, no controle da inflação.
Leia também: Balanços eclipsam temor com inflação, pelo menos até o próximo capítulo: Breakfast
As bolsas na Europa se comportavam assim na manhã de hoje:
- o Stoxx 600 Europe Index subia 0,37%, aos 467 pontos às 12h55 CEST (7h55 no horário de Brasília)
- o alemão DAX ganhava 0,27%, para 15.504 pontos
- em Paris, o CAC 40 ascendia 0,38%, para 6.710 pontos
- o londrino FTSE 100 ganhava 0,29%, aos 7.228 pontos
- o IBEX 35 subia 0,40%, aos 8.960 pontos
Futuros de ações nos EUA
- o S&P 500 futuro operava com 0,34% de alta às 12h55 CEST (7h55 no horário de Brasília) para os 4.444 pontos
- os contratos indexados ao índice Dow Jones também subiam, +0,42%, aos 34.930 pontos
- os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq avançavam 0,28%, para 15.080 pontos
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
- em Nova York, os contratos futuros de petróleo subiam 0,90%, às 12h55 CEST (7h55 no horário de Brasília), para US$ 82,04 por barril.
Ouro
- o ouro futuro caía 0,83%, para US$ 1.782 a onça troy
Cripto
- o bitcoin valorizava-se 2,98%, para US$ 59,203 mil.
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-- Com informações da Bloomberg News