Futuros de Bitcoin surgem em meio a apostas de day traders em ETFs

Se a estrutura dos fundos negociados em bolsa for sólida, a criptomoeda deve se valorizar e preço deve chegar à casa dos US$ 60 mil

Bloomberg — A maior moeda digital do mundo, o Bitcoin, subiu cerca de 3%, chegando a mais de US$ 59 mil na sexta-feira (15) – levando o rali deste mês para mais de 35% – depois que a Bloomberg News informou que a Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos, a reguladora do mercado do país, parece pronta para permitir o primeiro ETF de criptomoedas baseado em futuros.

À medida que a demanda institucional e de varejo cresce pelo ativo de US$ 1,1 trilhão, os especuladores buscam um retorno ao pico recorde de US$ 64.870 registrado em abril, ao passo que os ágios aumentam para derivativos que apostam em preços mais altos.

“Os EUA sempre foram o objetivo final e sinalizam mais validação regulatória e aceite de criptomoedas”, disse Antoni Trenchev, cofundador da credora de criptomoedas Nexo. “A oportunidade com o Bitcoin agora é clara, e é apenas questão de tempo até que a alta de abril seja superada”.

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Durante todo o mês, a especulação de aprovação iminente do ETF impulsionou o Bitcoin, ajudando-o a superar tokens menores e recuperar 46% do valor total de mercado do ecossistema de criptomoedas. Espera-se que um fundo negociado em bolsa atraia mais interesse de investidores que preferem comprar um produto conhecido e regulamentado em vez de se aventurar pelas exchanges de moedas digitais.

Em um sinal de ânimo, a taxa média de financiamento em sete dias sobre os futuros do Bitcoin – ou seja, o custo para manter uma aposta bullish – subiu para 5% na plataforma Binance. Isso se compara a apenas 1,9% no final de setembro segundo dados do Bybt compilados pelo The Block, serviço de informações sobre criptomoedas. Na FTX, outra Exchange popular, o ágio nas últimas 24 horas subiu para 24%, comparado com 7% no mês anterior.

O valor dos futuros em circulação nas exchanges de criptomoedas se recuperou e chegou a US$ 21,5 bilhões, em comparação com o pico de US$ 27 bilhões no início deste ano, de acordo com o Bybt.

Da mesma forma, a curva acentuou-se nos futuros do CME, indicando uma perspectiva cada vez mais otimista para a trajetória do Bitcoin. A diferença entre os contratos de dezembro e os deste mês aumentou e chegou a 945 pontos-base, a maior diferença desde o final de abril.

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Ki Young Ju, CEO da empresa de análise CryptoQuant, disse em seu perfil no Twitter que os preços foram impulsionados pelas baleias que compram grandes quantidades da criptomoeda por meio de derivativos.

Todos esses acontecimentos marcam uma mudança em relação aos últimos meses, quando os bulls do Bitcoin ficaram subjugados após a queda de maio e a atenção se voltou para uma série de outros delírios especulativos, como os tokens não fungíveis.

“Com uma estrutura de ETF bem integrada, a criptomoeda está pronta para se tornar popular”, disse Peter Rosenstreich, chefe de estratégia de mercado do Swissquote Bank. “Isso poderia levar o Bitcoin para a faixa dos US$ 60 mil devido à expectativa de adoção de investimentos mais amplos”.

--Com colaboração de Anchalee Worrachate e Joanna Ossinger.

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