Bloomberg — Os principais institutos de pesquisa da Alemanha reduziram significativamente a previsão de crescimento para 2021 para a maior economia da Europa, uma vez que os gargalos no abastecimento atrasaram a recuperação do país no próximo ano.
O corte para uma expansão de 2,4% no produto interno bruto (PIB), que antes era de 3,7%, reflete uma escassez implacável de insumos, uma redução considerável na capacidade de transporte de cargas e - mais recentemente - um aumento nos custos de energia, que está ameaçando a recuperação no mundo todo. A perspectiva para 2022 foi elevada de 3,9% para 4,8%.
“Os gargalos no fornecimento de produtos intermediários estão prejudicando a produção no setor manufatureiro - como resultado, apenas as indústrias de serviços ao consumidor estão crescendo”, disseram os institutos em um comunicado conjunto à imprensa, nesta quinta-feira (14).
A Alemanha tem lutado para manter o ritmo deste ano, com sua economia de manufatura pesada particularmente exposta a interrupções no fornecimento. Os indicadores da confiança por parte do empresariado e dos investidores têm diminuído continuamente nos últimos meses, e as pesquisas das empresas sugerem que esta percepção pode afetar os serviços, já que os consumidores começam a se preocupar com a rápida alta dos preços.
A estimativa de crescimento é mais pessimista do que a maioria das outras projeções, incluindo a do Fundo Monetário Internacional, publicada no início desta semana. Os institutos - DIW, Ifo, IfW, IWH e RWI - também recuaram em sua previsão anterior de que a produção na maioria dos segmentos alcançaria os níveis anteriores à crise até o final do ano. Eles agora supõem que isso só acontecerá “a partir de abril ou maio de 2022″.
Eles também estão hesitantes quanto ao tempo que levará para que as questões de abastecimento para o próximo ano se resolvam: é “cabível” que a situação leve mais ou menos tempo para se estabilizar, disseram os institutos.
A atividade do setor de serviços “permanecerá abaixo do nível normal durante o inverno europeu, mesmo com baixos níveis de infecção”, de acordo com o relatório, que é feito duas vezes por ano para o ministério da economia e ajuda a orientar as próprias previsões e planejamento orçamentário do governo.
Em um outro relatório, o governo alemão previu um desenvolvimento “lateral” para a economia no quarto trimestre.
“A produção industrial caiu drasticamente em agosto e a atividade industrial deve permanecer moderada nos próximos meses”, disse o Ministério da Economia em seu relatório mensal, acrescentando que suas perspectivas para o setor permanecem “cautelosamente otimistas”.
--Com a colaboração de Chris Reiter
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